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O que implica a saída de “lixo” para os mercados

Regressar a um “rating” de grau de investimento permite que investidores mais conservadores possam comprar dívida pública portuguesa.

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A S&P tirou Portugal de "lixo" e eliminou um dos grandes constrangimentos que investidores mais conservadores e com um horizonte temporal mais alargado enfrentavam para investir em dívida portuguesa. Há gestores de activos que estão impedidos de alocar mais do que uma pequena porção da carteira de investimento a obrigações classificadas como "lixo" pelas principais agências de "rating".

E a decisão da S&P desta sexta-feira, poderá eliminar algumas dessas restrições, levando a um aumento do interesse por dívida portuguesa, o que se traduziria num desempenho positivo das obrigações nacionais. Esse interesse poderá também ser impulsionado com o regresso da dívida soberana portuguesa a índices de obrigações soberanas com qualidade de crédito, que são replicados pelos investidores.

Mercados não contavam com subida da S&P

O crescimento acima do esperado, a redução do défice, a saída do Procedimento dos Défices Excessivos e a expectativa de uma saída de "lixo" foram factores que permitiram a que as obrigações soberanas portuguesas tivessem dos melhores desempenhos da Europa esta ano. Isso reflecte-se na descida da taxa a dez anos de 3,76% para 2,8% desde o início do ano. Em Janeiro e Fevereiro, a dívida nacional tinha mesmo vivido período de stress, com a taxa a ultrapassar a fasquia de 4,2%.

A maior parte dos bancos de investimento antecipava que a saída de "lixo" ocorresse, na melhor das hipóteses, apenas em Dezembro, data da próxima decisão da Fitch. Ou no início do próximo ano. E dado o desempenho das obrigações nacionais não antecipavam quedas adicionais dos juros sem um regresso a grau de investimento. "O factor-chave seria uma subida para território de grau de investimento", referia Jens Peter Sørensen.

A decisão da S&P poderá também ter reflexo nas classificações de outros emitentes portugueses já que, geralmente, após mexidas no "rating" soberano as agências reavaliam as notações de emitentes desses países, traduzindo-se em custos de financiamento mais favoráveis para a economia. 

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