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Saída do "lixo"? Parabéns e agora muito juizinho, diz a Europa

Da Europa, o recado é para se manter o rumo de consolidação das contas públicas. Do Governo, a resposta é que podem estar descansados.

16 de Setembro de 2017 às 14:37
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Depois das reacções internas, com os diferentes partidos a fazerem leituras bem distintas sobre a decisão da S&P de elevar a classificação de risco de Portugal, chegaram então as reacções europeias.

Tanto a Comissão Europeia como o Mecanismo Europeu de Estabilidade saudaram a decisão, dando os parabéns a Portugal. Porém, a mensagem que fica é a segunda parte das suas declarações: é preciso continuar a reduzir défice e dívida pública, adoptando as reformas estruturais necessárias.

Citado pela Lusa, o vice-presidente da Comissão Europeia considerou a subida do rating "um desenvolvimento muito positivo". Para Valdis Dombrovskis, esta decisão mostra que "a retoma económica em Portugal está nos trilhos, que o défice orçamental está numa trajectória descendente" e, mais importante, que "isto é reconhecido pelas agências de rating".

Porém, isto não pode ser visto como um fim em si. "O que é importante nesta fase é continuar neste caminho, assegurar que tanto o défice orçamental como a dívida pública continuam numa clara trajectória descendente", sustentou.

Pouco antes, a mesma ideia fora sublinhada pelo director do Mecanismo Europeu de Estabilidade, também citado pela Lusa: "o trabalho não terminou. "Os esforços devem obviamente continuar", pois "o nível da divida é elevado, pelo que a consolidação orçamental deve prosseguir por essa razão, e também devem continuar as reformas para estimular o potencial de crescimento e reforçar o sistema bancário, pelo que o trabalho não terminou".

Ciente das preocupações europeias, o ministro das Finanças veio já este sábado refrear os ânimos defendendo que "temos de ter um enorme pragmatismo na forma como também lidamos com as boas notícias". Falando a partir de Talin, capital da Estónia, onde se deslocou para participar numa reunião de ministros das Finanças europeus, Mário Centeno defendeu que o optimismo português tem de ser "assertivo e pragmático porque a dívida permanece a quarta maior do mundo", em declarações à TVI.

Também o primeiro-ministro já fora bastante cauteloso nas suas reacções. "Esta notação permite-nos obviamente melhores condições de financiamento", que têm por intuito final a redução do défice e da dívida, de modo a "de um modo duradouro" ser dada continuidade à política atual sem "riscos de novos recuos", declarou o chefe do Governo, cita a Lusa. Ou seja, o caminho de consolidação orçamental é para manter, no que pode ser lido como um recado aos parceiros do Governo – Bloco de Esquerda e PCP – com quem está a ser negociado a proposta de Orçamento do Estado para 2018. 


 

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