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Manutenção do 'rating' pela Fitch é "má notícia", diz Maria Luís Albuquerque
"Há uma semelhança muito grande entre muitas coisas que estão a acontecer agora e o que aconteceu no final de 2010 e início de 2011," acrescentou a antiga ministra das Finanças.
A ex-ministra das Finanças Maria Luís Albuquerque considerou este sábado, 4 de Fevereiro, uma "má notícia" a agência de notação financeira Fitch ter mantido o 'rating' de Portugal, atribuindo a decisão à falta de "confiança" e de "resultados macroeconómicos" nacionais.
"Para mim não é uma boa notícia", afirmou a antiga ministra do Governo PSD/CDS-PP, frisando que não tem "falado com a Fitch, ultimamente", mas que também não vê "razões para fazer um ‘upgrade’, lamentavelmente" à nota do país.
Segundo a vice-presidente do PSD, que falava aos jornalistas à margem de um jantar da JSD em Évora, "até há um ano atrás" Portugal estava "na perspetiva de subir novamente para o nível de investimento, numa outra agência, que não apenas a agência canadiana DBRS".
"Quando saímos do Governo, deixámos o país prestes a passar para um grau de investimento em pelo menos mais uma agência e, portanto, tudo aquilo que seja continuarmos no nível de não-investimento ou no nível de lixo é uma má notícia para o país", insistiu Maria Luís Albuquerque.
Atualmente, "mantermo-nos estáveis já é visto como boas notícias e isso já vai sendo recorrente", o facto de se "achar que [quando] não acontece nada pior é uma boa notícia", o que "é pena", ironizou.
A vice-presidente do PSD falava aos jornalistas à margem do jantar de tomada de posse dos órgãos distritais de Évora da JSD.
Na sexta-feira, a Fitch manteve a nota atribuída a Portugal em BB+, acrescentando a consideração de estável para a perspetiva, conforme comunicado emitido em Londres.
"O 'rating' da dívida pública de Portugal é suportado por instituições robustas, um forte ambiente empresarial e um dos maiores rendimentos per capita na categoria BB", justificou a agência de notação financeira.
Mas, segundo Maria Luís Albuquerque, Portugal "não transmite nem confiança nem resultados macroeconómicos que justifiquem" que o país "volte a ser considerado, para a maioria das agências, como um investimento de risco mais aceitável ou de risco mais baixo".
Além de não se encontrarem "esses dados macroeconómicos suscetíveis de dar uma melhoria sustentada e uma previsão de uma evolução francamente positiva", o país tem também "uma dívida que continua a aumentar e essa é, naturalmente, uma grande preocupação para os investidores", continuou.
"E como temos um nível geral de muito fraca confiança daquele que pode ser até o comportamento político dentro do país, é natural que não haja perspetivas melhores", acrescentou.
Ainda em declarações aos jornalistas, a também deputada do PSD mostrou-se preocupada com "a situação do país", argumentando que "há uma semelhança muito grande entre muitas coisas que estão a acontecer agora e o que aconteceu no final de 2010 e início de 2011".
"Aliás, basta olhar para as taxas de juro para termos uma medida concreta dessas preocupações", disse.