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Juros da dívida recuam numa Zona Euro à espera de mais estímulos
A expectativa de que o BCE venha a anunciar mais estímulos à economia esta quinta-feira, 10 de Março, está a animar o mercado de dívida pública. As taxas de juro estão a recuar, numa tendência comum a toda a Zona Euro.
A taxa de juro das obrigações portuguesas a dois anos recua 5,5 pontos base para 0,702%, ao passo que nos títulos a cinco anos a queda é de 1,6 pontos para 2,043%. Já a "yield" da dívida a dez anos desliza 4,3 pontos 3,117%, numa sessão em que também os juros de Espanha e Itália estão a negociar em queda.
Os dois países da periferia registam, respectivamente, uma queda da taxa a dez anos de 3,0 pontos para 1,535% e de 2,4 pontos para 1,386%. E apesar de também a "yield" da Alemanha na mesma maturidade estar a recuar – cai 1,6 pontos para 0,224% -, o prémio de risco de Portugal ("Spread") recupera para 289,2 pontos.
Uma tendência positiva generalizada, numa sessão em que a instituição monetária da Zona Euro conclui mais uma reunião. As decisões do Conselho do BCE quanto à taxa de juro serão anunciadas logo às 12:45, com as estimativas a apontarem para um corte entre 10 e 20 pontos base na taxa de depósitos, actualmente em -0,30%.
Já para as 13:30 está agendada uma conferência de imprensa de Mario Draghi, na qual o presidente do BCE irá explicar as restantes decisões dos responsáveis pela política monetária da Zona Euro. A expectativa é que o programa de compra de activos venha a ser aumentado dos actuais 60 mil milhões de euros por mês, bem como venha a ser prolongado além de Março de 2017, a data actualmente estipulada.
Mas também os empréstimos de longo prazo à banca sem condições (LTRO) poderão ser relançados. Há ainda a previsão de que o BCE possa alargar os activos elegíveis para o programa de compras, de modo a afastar os receios de que os bancos venham a ser penalizados pela taxa de depósitos negativa, mas também escapando à possível falta de activos no mercado.
A grande questão, actualmente, é se o novo conjunto de medidas que Mario Draghi irá anunciar, qualquer que seja, será suficiente para impulsionar a inflação da Zona Euro, actualmente em -0,2%. Vários especialistas têm apelado a que os governos da Zona Euro lancem de estímulos orçamentais, argumentando que a expansão monetária já não é suficiente para recuperar a economia.