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Juros de Portugal superam os 2% pela primeira vez em quatro meses

O custo de financiamento de Portugal está a aumentar, com a "yield" das obrigações a 10 anos a negociar acima dos 2% pela primeira vez desde Junho. Os juros da dívida portuguesa seguem toada de subida dos juros das dívidas públicas, arrastados pelo aumento dos juros nos Estados Unidos.

09 de Outubro de 2018 às 12:35
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Continuam a fazer-se sentir em Portugal (e na Zona Euro) os efeitos provocados pela conjugação da normalização da política monetária da Reserva Federal dos Estados Unidos e crescente robustez da economia norte-americana.

Os juros da dívida pública portuguesa no mercado secundário avançam em todas as maturidades superiores a 12 meses, inclusive. No prazo a 10 anos, a "yield" sobe 3,9 pontos base para 2,007%, o valor mais alto desde 13 de Junho. Desde esse dia que as obrigações lusas não eram negociadas acima dos 2%.


Isto acontece numa altura em que os juros da dívida norte-americana continuam a ser transaccionados em máximos de Maio de 2011. A potenciar a subida dos juros dos Estados Unidos está a crescente convicção dos investidores de que a Fed irá prosseguir o caminho de normalização da subida da política monetária, nomeadamente através de novos aumentos do custo do dinheiro.


Depois de ter já decretado três aumentos dos juros em 2018, acredita-se que o banco central norte-americano possa anunciar uma quarta subida até ao final do ano em curso, convicção reforçada pelos dados económicos que confirmam melhorias ao nível do mercado laboral e da inflação. 

Também o Banco Central Europeu iniciou já o caminho de normalização monetária, tendo em Outubro reduzido para metade o valor do programa mensal de compra de activos.

Por outro lado, a conjuntura política em Itália também contribui para os aumentos generalizados dos juros na área do euro. Esta terça-feira, a taxa de juro correspondente às obrigações transalpinas a 10 anos está em máximos de Fevereiro de 2014, isto numa fase em que se aproxima o dia 15 de Outubro, data para a entrega, em Bruxelas, das propostas orçamentais por parte dos Estados-membros.

Itália definiu metas para o défice acima das anteriormente acordadas com a Comissão Europeia, uma mudança de política promovida pelo governo anti-sistema de coligação entre o 5 Estrelas e a Liga. Bruxelas já alertou para o "desvio significativo" das metas orçamentais de Roma face ao inicialmente acordado.

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