O Banco Central Europeu (BCE) não deverá conseguir alcançar o objectivo mensal de 60 mil milhões de euros. As compras de activos voltaram a registar valores mínimos na semana passada, numa altura em que a fraca liquidez do Verão estará a condicionar actuação da instituição monetária. E nem o montante de compras antecipado nos outros meses deverá ser suficiente para equilibrar a forte quebra de Agosto.

A instituição liderada por Mario Draghi (na foto) investiu 9.776 milhões de euros entre 24 e 28 de Agosto, através do programa de activos do sector público (PSPP). Menos que os 9.886 milhões registados no período anterior e um dos montantes mais reduzidos desde o início do programa. Esta quebra prolonga a tendência que vinha sendo registada há três semanas.

Por outro lado, o montante de "covered bonds" aumentou em 1.937 milhões de euros, superando os 1.120 milhões registados na última semana. Já o valor total de instrumentos de dívida titularizados recuou em 106 milhões. Uma evolução que deverá ser explicada por uma parte dos títulos ter chegado à maturidade. 

A confirmação só deverá chegar na próxima segunda-feira, 7 de Setembro, quando o BCE publicar os dados totais para o mês de Agosto. Isto porque os números semanais referem-se apenas à variação de cada conjunto de activos no balanço da instituição, ao passo que os valores totais reflectem as compras efectivamente realizadas em cada mês.

De qualquer forma, é quase certo que o BCE deverá falhar, pela primeira vez, o seu objectivo mensal de 60 mil milhões de euros. Nas primeiras quatro semanas do mês, a instituição monetária da Zona Euro viu o seu balanço crescer 49.133 milhões. Agora, falta apenas contabilizar o valor investido durante esta segunda-feira, 31 de Agosto, e excluir as variações originadas por títulos de dívida que atingiram a maturidade.

Mas a manter-se o ritmo, o banco central deverá ficar pelos 51.590 milhões de euros. Ou seja, cerca de 8.500 milhões abaixo do objectivo mensal, ultrapassando assim os 7.900 mil milhões de compras antecipadas nos meses anteriores. Desde o início do PSPP em Março, esta será a primeira vez que o BCE irá ficar aquém da meta por si definida.