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Peter Praet: BCE poderá aumentar compras de activos, se necessário
Não é a primeira vez que um membro do BCE admite a possibilidade. A estrutura das compras de activos é flexível. Por isso, se houver a necessidade, os programas poderão ser aumentados. Mas Peter Praet diz que é preciso não haver dúvidas quanto à capacidade e vontade de actuar da instituição.
A evolução da economia mundial e a turbulência nas matérias-primas poderão prejudicar a recuperação da inflação na Zona Euro. Quem o diz é Peter Praet, membro da comissão executiva do Banco Central Europeu (BCE), mostrando preocupação face aos recentes desenvolvimentos. Por isso, voltou a sublinhar, as compras de activos poderão ser aumentadas.
"Os recentes desenvolvimentos na economia mundial e nos mercados de matérias-primas aumentaram o risco negativo de alcançar uma trajectória de inflação sustentável em direcção aos 2%", afirmou esta quarta-feira, 26 de Agosto, Peter Praet, citado pela Bloomberg. Declarações que surgem numa altura em que a inflação na Zona Euro está em 0,2% (dados de Julho), há receios de um abrandamento da economia chinesa e o petróleo renovou mínimos, tal como as restantes matérias-primas.
O BCE deve, por isso, mostrar-se preparado. "Não deve haver ambiguidade na vontade e capacidade de a comissão executiva actuar, se necessário", acrescentou Peter Praet. Tal como a instituição monetária já o explicou nos relatos de diversas reuniões de política monetária – além das declarações públicas de vários membros do banco central -, o responsável voltou a frisar que as compras de activos poderão ser aumentadas. Isto porque a estrutura dos programas "oferece flexibilidade suficiente para fazê-lo, em particular no que toca à dimensão, composição e durabilidade".
Comentários que pressionaram a moeda única. A perspectiva de que as compras de activos – entre os quais dívida soberana – poderão ser alargadas levou os investidores a venderem o euro. A moeda está actualmente a cair 1,16% nos 1,1383 dólares, tendo negociado num mínimo de 1,1352 dólares esta quarta-feira.
Já em relação aos fortes abalos nas acções chinesas, Peter Praet disse que "temos que manter alguma distância da volatilidade de curto prazo dos mercados". "Da perspectiva da política monetária, teremos que reflectir acerca das consequências na percepção de risco", concluiu.