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Fecho dos mercados: Juros sobem pela primeira vez em oito sessões e Trump retira estatuto ao ouro
Num dia de recuperação ligeira nas bolsas europeias, o petróleo ganha terreno, os juros portugueses quebraram o ciclo de quedas e o ouro é cada vez menos um activo-refúgio.
PSI-20 caiu 0,19% para 5.533,95 pontos
Stoxx 600 subiu 0,28% para 384,29 pontos
S&P 500 valoriza 0,31% para 2.771,06 pontos
"Yield" 10 anos de Portugal sobe 1,2 pontos base para 1,749%
Euro sobe 0,02% para 1,1592 dólares
Petróleo sobe 0,43% para 75,40 dólares por barril em Londres
Bolsas recuperam após acalmia nas tensões comerciais
Nas bolsas europeias o dia foi de fracas variações, mas a maioria dos índices conseguiu recuperar parte das quedas sofridas na véspera, depois da China ter colocado alguma água na fervura da guerra comercial com os Estados Unidos.
O aumento da tensão entre os Estados Unidos e a China fez subir o receio do mercado em relação ao possível impacto de uma guerra comercial entre estas duas potências, o que provocou quedas acentuadas na sessão de terça-feira. No entanto, essas preocupações foram acalmadas pelo governador do banco central da China, que garantiu, numa entrevista, que a autoridade monetária está pronta a usar todos os instrumentos à disposição para suportar a economia. Yi Gang aconselhou ainda os investidores a terem uma visão racional, até porque a China tem margem para enfrentar esta disputa comercial.
O Stoxx600 fechou a sessão a valorizar 0,28% para 384,29 pontos, sendo que a praça portuguesa não conseguiu seguir este desempenho, com o PSI-20 a descer 0,19%, penalizado pela queda das acções do sector energético, com destaque para a Galp Energia e EDP. A compensar esteve o BCP e a Jerónimo Martins. A retalhista valorizou 1,72% para 12,995 euros, a recuperar do mínimo de dois anos que registou na véspera.
Juros sobem pela primeira vez em oito sessões
No dia em que o IGCP voltou a ir aos mercados e financiou-se com juros mais negativos, os juros portugueses no mercado secundário da dívida soberana aumenta ligeiramente. A taxa de juro avança 1,2 pontos base para os 1,749%. É a primeira vez em oito sessões que os juros agravam-se. Há uma semana e meia que os juros portugueses têm vindo a cair, estando actualmente longe dos 2%, barreira que ultrapassou quando a crise italiana estalou nos mercados.
Na Alemanha, a yield associada às obrigações a dez anos sobe 0,4 pontos para 0,377%, semelhante ao que acontece em Espanha. A retórica do BCE de manter os estímulos até quando for necessário e a escalada das tensões comerciais têm assustado ligeiramente os investidores. Pelo contrário, o acordo entre Alemanha e França para a reforma da União Económica e Monetária foi bem recebida.
Euribor sobe a 9 meses, mas desce a 12 meses
A Euribor a três e a seis meses manteve-se inalterada. No entanto, as taxas mexeram nos outros dois prazos. A Euribor a nove meses subiu -0,213%, mais 0,001 pontos. Por outro lado, a taxa da Euribor a 12 meses caiu esta quarta-feira ao ser fixada em -0,182%, menos 0,001 pontos.
Euro sobe ligeiramente
A divisa europeia mantém-se praticamente inalterada. O euro sobe 0,02% para os 1,1592 dólares na sessão desta quarta-feira.
Uma semana depois das decisões de política monetária da Reserva Federal e do Banco Central Europeu (BCE), os respectivos presidentes, Jerome Powell e Mario Draghi, estiveram em Sintra juntos num painel do Fórum do BCE. Ambos reafirmaram as mensagens que tinham deixado nas conferências de imprensa: a economia está melhor, o mercado de trabalho também, os salários dão sinais de subida e a inflação está perto do objectivo.
Já a libra está a recuperar ligeiramente depois de ter atingido um mínimo de sete meses. A contribuir para este desempenho está a votação sobre o Brexit que Theresa May, primeira-ministra britânica, ganhou no Parlamento, evitando assim problemas de autoridade enquanto líder do Partido Conservador.
Queda das reservas norte-americanas anima petróleo
As cotações do crude seguem em alta nos principais mercados internacionais, sustentados pela queda maior do que o esperado dos inventários norte-americanos de crude na semana passada, o que ofuscou um pouco os receios em torno da decisão que irá surgir da reunião da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) que poderá ditar um aumento da oferta no mercado – pondo assim fim, ou aligeirando, o acordo de corte de produção que está em vigor desde Janeiro de 2017.
As cotações do contrato de futuros do Brent do Mar do Norte – que é negociado em Londres e serve de referência às importações portuguesas – para entrega em Agosto seguem a somar 0,43% para 75,40 dólares por barril. Já o contrato de Agosto do West Texas Intermediate (WTI), transaccionado no mercado nova-iorquino, segue a ganhar 2,09% para 66,43 dólares.
Inconstância de Trump retira estatuto ao ouro
O ouro é, por excelência, um activo-refúgio, sendo bastante procurado quando há tensões e receios dos investidores, sejam comerciais, geopolíticos ou de outra ordem. E é nessas alturas que o metal amarelo ganha mais terreno. Mas não é o que está a acontecer desta vez, com o renovar das tensões comerciais entre os EUA e a China. E tudo devido à inconstância do presidente norte-americano. Donald Trump tem mudado muitas vezes de ideias, pelo que os investidores não estão a refugiar-se no ouro como de costume.
O metal precioso segue a ceder 0,20% no mercado nova-iorquino, para 1.276,20 dólares por onça, depois de também já ontem ter perdido terreno.