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Powell em Sintra: "Recessões tiveram origem nos desequilíbrios financeiros, não na inflação alta"

O presidente da Reserva Federal norte-americana alertou esta quarta-feira em Sintra, no Fórum do Banco Central Europeu, que é preciso monitorizar de perto os desenvolvimentos das condições financeiras das economias.


Em Novembro, Jay Powell foi eleito presidente da Reserva Federal, sucedendo a Janet Yellen no cargo. Powell é visto como um candidato de continuidade, e esperamos que se mostre relutante em subir as taxas de juro, tal como Yellen nos habituara. Após a sua nomeação, o impacto da subida das taxas nas cotações dos mercados aumentou ligeiramente, mas esta tendência deveu-se sobretudo à melhoria dos indicadores, e não a receios de uma atitude política mais favorável ao aumento das taxas. Na nossa opinião, os antecedentes de Powell a nível dos mercados financeiros levam-nos a prever que privilegiará a estabilidade financeira durante os primeiros dias da sua presidência e que os aumentos das taxas não deverão ser de grande monta.
Reuters
Tiago Varzim tiagovarzim@negocios.pt 20 de Junho de 2018 às 15:27
Para o presidente da Fed, Jerome Powell, os responsáveis pela política monetária das economias avançadas têm de estar atentos não só à inflação, mas também monitorizar de perto a evolução das condições financeiras. Num painel no Fórum do Banco Central Europeu (BCE) que termina esta quarta-feira, em Sintra, Powell relembrou que as duas últimas recessões económicas tiveram "origem prinicipalmente nos desequilíbrios financeiros" e não na inflação, o indicador a que os bancos centrais mais dão atenção.

"O facto das duas últimas recessões norte-americanas terem tido origem principalmente nos desequilíbrios financeiros, e não na inflação alta, destaca a importância de haver uma monitorização apertada das condições financeiras", alertou o sucessor de Janet Yellen na condução da política monetária dos Estados Unidos. No caso dos EUA, para Powell as vulnerabilidades da estabilidade financeira são "moderadas", em linha com a média histórica. 

"Ainda que alguns preços de activos estejam altos em comparação com os padrões históricos, não vejo sinais amplos de empréstimos excessivos ou de alavancagem", assinalou Powell, após dizer que, no passado, houve períodos de "confiança excessiva que levaram a crédito excessivo". Essa estratégia que levou a banca a assumir um risco mais elevado deixou "o sistema financeiro mais vulnerável". 

Actualmente, para o presidente da Fed os bancos têm "níveis mais altos de capital e de liquidez face ao período anterior à crise", pelo que afasta um cenário que leve novamente a uma recessão. As condições económicas são positivas e um dos efeitos, segundo Powell, é que o sistema financeiro torna-se mais apto a absorver choques uma vez que permite aos bancos reforçar os seus balanços.  

Apesar de admitir que o processo de tomar decisões de política monetária está em volta de incerteza "significativa", Powell deixou a mesma mensagem aos mercados face ao que tinha dito na semana passada quando a Fed aumentou pela segunda vez este ano os juros: com a economia "forte" e os riscos "equilibrados", a Reserva Federal vê a hipótese de continuar a aumentar a taxa de juro de forma "gradual" como sendo "forte". Em 2018 a Fed deverá subir os juros mais duas vezes.
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