Notícia
Petróleo perde mais de 1% dois dias antes da reunião da OPEP
O preço do barril está a ser pressionado pela possibilidade da OPEP não mexer nas suas quotas de produção, actualmente acima da procura no mercado. Ao mesmo tempo, o Irão anunciou que pretende aumentar a sua produção, se as sanções internacionais forem levantadas.
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O preço do barril está em queda nos mercados internacionais na sessão desta quarta-feira, 3 de Junho. A desvalorização acontece a dois dias da reunião da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), onde vai ser analisado se vão haver mexidas, ou não, nas quotas de produção.
O preço do barril de Brent, a referência para Portugal, está a recuar 1,60% para 64,44 dólares, enquanto o West Texas Intermediate desce 1,50% para 60,34 dólares em Nova Iorque.
A pressionar o preço do crude está, por um lado, a intenção do Irão aumentar as suas exportações de crude, caso as sanções internacionais aplicadas a Teerão sejam levantadas. A intenção de Teerão foi revelada numa carta enviada pelo Governo persa aos restantes membros da OPEP, disse esta quarta-feira o ministro do petróleo.
"A OPEP precisa de abrir espaço para nós, se quiser que os preços se mantenham ao nível actual", disse Bijan Namdar Zanganeh, citado pela Bloomberg.
O levantamento das interdições às exportações pode acontecer no prazo de seis meses se o Irão fechar um acordo com seis potências sobre o seu programa nuclear. O prazo final para o acordo termina dentro de três semanas.
A acontecer, o Irão pode fazer chegar ao mercado mais um milhão de barris por dia. Teerão chegou a ser o segundo maior produtor mundial, mas as sanções atiraram-no para a quinta posição.
Por outro lado, a reunião da OPEP deverá terminar sem mexidas nas quotas de produção, segundo 33 de 34 analistas consultados pela Bloomberg.
A Arábia Saudita, o maior produtor mundial, pretende manter a torneira aberta de forma a manter a sua quota de mercado, para fazer face ao aumento da chegada de petróleo de xisto norte-americano ao mercado. Riade regista um máximo de produção de 30 anos, assim como os Estados Unidos.
"A perspectiva para a reunião da OPEP é que não vai haver um corte, o que está a pressionar os preços, à medida que o excesso de produção vai continuar", disse à Bloomberg o analista do Barclays, Miswin Mahesh. "Os saudita poderiam ter sido mais disciplinados com a sua produção, mas optaram por produzir 10,3 a 10,4 milhões de barris por dia".
Todos os dias chegam ao mercado 2,5 milhões de barris de petróleo acima do necessário, segundo uma estimativa do ministro venezuelano da Energia, Asdrubal Chavez.