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Petróleo em alta à espera do encontro entre Iraque e Irão

O Iraque e o Irão reúnem-se esta quarta-feira com a Venezuela depois de Rússia e Arábia Saudita terem acordado congelar a produção de petróleo. Preços da matéria-prima estão a subir.

17 de Fevereiro de 2016 às 10:48
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Esta terça-feira, a Arábia Saudita – membro da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) e o principal produtor entre os membros do cartel – e a Rússia – que não pertence ao cartel mas que produz também esta matéria-prima – chegaram a um entendimento para congelarem a produção de "ouro negro" nos níveis de Janeiro. Mas há, pelo menos, uma condição: participação de outros produtores. E é no seguimento do encontro de ontem e desta condição estabelecida que o Irão, o Iraque e a Venezuela – todos membros da OPEP – vão sentar-se à volta da mesma mesa esta quarta-feira para debater esta questão.

O encontro está marcado, de acordo com a Bloomberg que cita o porta-voz do ministro iraniano do Petróleo, para as 14h30 em Teerão – 11h00 em Lisboa. Os preços do petróleo estão a subir nos mercados internacionais, com os investidores à espera do desfecho desta reunião.

Em Nova Iorque, o barril de West Texas Intermediate soma 1,38% para 29,44 dólares. Em Londres, o Brent do Mar do Norte, que serve de referência para as importações nacionais, cresce 1,71% para 32,73 dólares por barril.

Posição iraniana e iraquiana decisiva

A posição assumida pela Iraque e pelo Irão pode ser decisiva para o sucesso deste acordo. Segundo a agência noticiosa, membros do Executivo iraquiano sinalizaram que o país está preparado para apoiar este plano já traçado pelos sauditas e russos. Porém, Teerão terá alguma relutância em apoiar este congelamento da produção. Terá sido, pelo menos, esta a posição admitida pelo ministro do Petróleo iraniano, Namdar Zanganeh. O Irão "não vai prescindir da sua quota de mercado", terá dito o responsável.

No passado mês de Janeiro foram levantadas as sanções económicas impostas ao Irão devido ao seu programa nuclear. Com levantamento destas imposições, o país pode aumentar as suas vendas ao exterior, nomeadamente de petróleo. Teerão prevê atingir o crescimento da produção em 500 mil barris diários no final de Março. De acordo com a Agência de Informação Energética a produção atingiu 4,35 milhões de barris por dia em Janeiro – valores considerados como recorde. A meta iraniana para o final da década é a produção de seis milhões de barris diários, de acordo com a Bloomberg.

Entretanto, o primeiro carregamento de petróleo iraniano foi enviado esta semana à Europa. Recentemente, foi também notícia que Teerão quer ser pago pelas suas exportações petrolíferas em euros e não em dólares.

Miswin Mahesh, analista do Barclays em Londres, citado pela Bloomberg, considera que "o Irão e o Iraque são críticos para qualquer acordo porque são países como planos para aumentar a produção". "Sem a sua cooperação, qualquer congelamento da produção por parte de outros produtores (…) não vai ter um grande impacto", acrescentou.

Eugen Weinberg, líder da área de matérias-primas do Commerzbank, defende também o papel fulcral destes dois produtores. "É irrealista pensar que depois de anos a lutar para libertar-se das sanções sobre a sua produção, [o Irão] vai concordar em sancionar-se a si mesmo", disse citado pela Bloomberg. "Se o Irão e o Iraque não fizerem parte deste acordo, [ele] não vale muito", acrescentou.

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