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Rússia e Arábia Saudita debatem esta terça-feira questão do petróleo

Os ministros do Petróleo da Arábia Saudita e da Rússia deverão reunir-se esta terça-feira, em Doha, para conversarem sobre o mercado do crude, cujos preços negoceiam em torno dos 30 dólares devido ao excesso de oferta.

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Saudi, Russia May Discuss Oil Today in Doha
16 de Fevereiro de 2016 às 01:11
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Ali al-Naimi, ministro saudita do Petróleo, deverá encontrar-se hoje com o seu homólogo russo, Alexander Novak, na capital do Qatar, para ambos conversarem sobre o actual contexto dos preços da matéria-prima e do seu excesso de oferta nos mercados mundiais, afirmou à Bloomberg uma fonte conhecedora da matéria.

 

De acordo com a mesma fonte, a Venezuela poderá também juntar-se às conversações em Doha.

 

Riade tem insistido que não reduzirá a sua produção, de modo a travar o excesso de oferta no mundial, se outros grandes produtores de fora da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) não fizerem o mesmo.

 

Por seu lado, Moscovo já veio dizer que poderá ponderar um corte na produção se outros produtores participarem nessa iniciativa – mas Igor Sechin, CEO da maior petrolífera russa, a Rosneft OJSC, sublinhou na semana passada que defenderá os mercados tradicionais e mostrou as suas dúvidas quanto à possibilidade de uma acção coordenada.

 

Os preços do crude têm caído fortemente e na semana passada negociaram mesmo em mínimos de quase 13 anos. No entanto, sempre que surgem informações quanto à possibilidade de um acordo para um corte da oferta mundial, as cotações reagem imediatamente em alta.

 

Foi o caso nesta segunda-feira, assim que se soube da eventualidade deste encontro em Doha. Em Londres, o Brent do Mar do Norte valorizou de imediato 2,1% para negociar nos 34,05 dólares por barril, e em Nova Iorque o crude de referência (West Texas Intermediate) segue a disparar 4,65% na negociação fora de horas, a fixar-se nos 30,81 dólares.

 

Na passada sexta-feira, o WTI disparou 12%, naquela que foi a maior subida desde 2009, depois de os Emirados Árabes Unidos terem reiterado a posição de que a OPEP está preparada para alinhar com países não-membros do cartel com vista a uma diminuição da produção.

 

A OPEP teimou durante muito tempo – por força sobretudo da insistência dos sauditas – em não reduzir a sua produção, numa tentativa de travar o ímpeto dos produtores norte-americanos na exploração de petróleo a partir de xisto betuminoso, uma vez que os baixos preços inviabilizam muitos destes dispendiosos projectos. Mas os EUA, apesar de um recuo na produção, mantiveram-se bastante activos em 2015 e os inventários semanais cresceram semana após semana, o que castigou fortemente o "ouro negro".

 

Ao mesmo tempo, os membros da OPEP mais dependentes desta matéria-prima como fonte de receita também têm visto as suas economias serem fortemente penalizadas.

 

Além de a OPEP não cortar a meta de produção dos seus 12 membros, ainda surpreendeu o mercado no passado dia 4 de Dezembro ao oficializar (veladamente) a produção actual nos 31,5 milhões de barris por dia.

O que aconteceu foi que  o cartel decidiu não avançar com um novo plafond de produção, que estava nos 30 milhões de barris diários, remetendo essa decisão para a reunião de Junho de 2016 e dizendo que a produção dos seus membros se manteria nos actuais níveis. Ora, uma vez que a maioria excede constantemente a quota que lhe foi atribuída, no fundo a OPEP acabou por admitir um aumento do seu tecto total de produção – o que pressionou ainda mais as cotações do crude. 


A par com esta produção crescente, a que um Irão pós-sanções se está a juntar, temos a diminuição da procura - situação que tem exacerbado o excedente de oferta mundial desta matéria-prima. 

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