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Estados Unidos ultrapassam Arábia Saudita como maior produtor mundial de petróleo

A "revolução" do petróleo de xisto levou os Estados Unidos ao topo da produção mundial, deixando para trás a Arábia Saudita e a Rússia. O país registou um máximo de produção em 2014, batendo o anterior recorde com mais de 30 anos.

Reuters
11 de Junho de 2015 às 20:21
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Os Estados Unidos tornaram-se no maior produtor mundial de petróleo em 2014. Para trás ficou a Arábia Saudita, que passou agora para a segunda posição, segundo o estudo da BP "Statistical Review of World Energy 2015".

O petróleo de xisto é o grande responsável pelo disparo na extracção nos Estados Unidos: no ano passado foram produzidos 11,6 milhões de barris diários, batendo o anterior recorde com mais de 30 anos - 11,3 milhões de barris - registado em 1970.

"Nós estamos a testemunhar uma mudança de guarda no fornecimento global de energia. As implicações na revolução do xisto para os norte-americanos são profundas", disse o economista-chefe da BP, Spencer Dale.

Mas não foi só a Arábia Saudita a ser ultrapassada. A Rússia também foi destronada como maior produtora mundial de petroléo e de gás natural pelos Estados Unidos, também à boleia do aumento da produção de petróleo. Os Estados Unidos aumentaram a sua produção de gás natural em 6,1%, o maior crescimento mundial registado no ano passado. 

A produção de crude norte-americano cresceu 15,9% e registou o maior crescimento mundial (1,6 milhões) em 2014, tornando-se no primeiro país a aumentar a produção em, pelo menos, um milhão de barris diários por três anos consecutivos. Outros dois países também registaram máximos de produção: o Canadá - mais 310 mil barris diários - e o Brasil - mais 230 mil.

A nível mundial, a produção de petróleo cresceu em 2,3%, mais 2,1 milhões de barris diários. No gás natural, a produção cresceu 1,6%, abaixo da média de 2,5% registada na última década.

Dentro da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), três países lideraram os aumentos de produção: Iraque (mais 140 mil barris diários), Arábia Saudita (mais 110 mil) e Irão (mais 90 mil). Em sentido contrário, a Líbia (menos 490 mil barris) e Angola (menos 90 mil) registaram quedas.

Do lado da procura, o consumo mundial registou um aumento de 0,8%, com o crescimento a ter lugar nos países fora da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE).

Entre os países da OCDE, os mais ricos a nível global, o consumo recuou 1,2%, a oitava queda anual registada em nove anos.

O crescimento do consumo na China recuou para níveis do final da década de 90, mas mesmo assim registou o maior aumento a nível mundial (mais 390 mil barris diários). Já o Japão registou o maior recuo no consumo (menos 220 mil), caindo para o nível mais baixo desde 1971.

Perante o máximo registado nos Estados Unidos, a OPEP não recuou e decidiu manter o seu nível actual de produção de forma a manter a sua quota de mercado. Neste cenário, o petróleo perdeu mais de 40% do seu valor entre Junho e Março, perante a especulação que, no curto e médio prazo, a oferta vai superar a procura.
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