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Crude recua de máximos de quatro meses com Riade a manter níveis de produção

Depois de dois dias a valorizar, o preço do petróleo negociado em Nova Iorque segue a recuar de máximos de quatro meses numa altura em que chegam indiciações de que a Arábia Saudita irá persistir na aposta de manter em níveis recorde os patamares de produção. Já o Brent negoceia em máximos de 10 de Dezembro.

Reuters
24 de Abril de 2015 às 15:59
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O West Texas Intermediate (WTI), transaccionado em Nova Iorque, segue a recuar 1,45% para 56,90 dólares por barril, interrompendo assim uma série de dois dias consecutivos a valorizar e depois de esta quinta-feira ter negociado em máximos de 22 de Dezembro.

 

O comportamento do crude negociado em Nova Iorque regista-se numa altura em que, segundo refere a agência Bloomberg, a Arábia Saudita pretende insistir na estratégia de manter por mais tempo a produção petrolífera em níveis recorde.

 

Apesar da oposição de alguns membros da organização de países exportadores de petróleo (OPEP), que pretendem uma redução dos níveis de produção de forma a revalorizar o ouro negro, Riade deverá chegar ao encontro desta entidade, marcado para Junho, com a intenção de prosseguir a aposta na manutenção dos actuais níveis de produção que levaram, em Janeiro último, o preço do petróleo para mínimos de seis anos.

 

Em 2014, as exportações da Arábia Saudita, maior produtor e exportador mundial da matéria-prima, recuaram para um mínimo de três anos de 7,11 milhões de barris por dia, uma queda essencialmente resultante da redução das importações dos Estados Unidos. Isto porque a produção a partir de xisto betuminoso permitiu elevar para máximos históricos a produção petrolífera norte-americana, reduzindo assim as necessidades de importação do país e levando os stocks do país para máximos históricos.

 

A estratégia de Riade passa tentar pressionar o preço do petróleo de forma a fazer recuar o preço da matéria-prima para níveis que não sejam rentáveis para as empresas norte-americanas que produzem a partir de xisto betuminoso, um tipo de extracção que envolve custos muito superiores aos, por exemplo, da produção saudita.

 

O CEO da empresa Genel Energy, citado pela Bloomberg, explicava recentemente que a recusa em descer os níveis de produção por parte de Riade tem sido uma estratégia bem-sucedida na medida em que tem feito abrandar a produção norte-americana a partir de xisto.

 

A especulação em torno de Riade sobrepõe-se aos receios relativos aos bombardeamentos da coligação internacional de dez países, precisamente liderada pelos sauditas, contra as posições dos rebeldes houthis no sudoeste do Iémen.

 

A instabilidade no Iémen pode colocar em causa o trânsito do petróleo exportado pelos países da península arábica, em grande parte feito através do estreito de Bab al-Mandab - que garante a entrada no Mar Vermelho e o acesso ao Canal do Suez, por onde passa cerca de 30% do petróleo exportado por via marítima. É por aqui que passa parte importante do volume de crude exportado para a Europa.

 

Em sentido inverso, o preço do Brent do Mar do Norte, negociado em Londres e utilizado como referência para as importações nacionais, parece mais penalizado pela instabilidade geopolítica no Iémen. O Brent segue a subir 0,19% para 64,97 dólares, no terceiro dia seguido a valorizar estando a transaccionar em máximos de 10 de Dezembro.

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