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Petróleo em queda pressionado pelo aumento das reservas nos Estados Unidos
Os preços do petróleo estão a cair. A especulação de que as reservas de crude tenham aumentado está a pressionar o "ouro negro". A última estimativa da Bloomberg aponta que os inventários terão crescido 2,5 milhões de barris nos Estados Unidos na semana passada.
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Os preços do petróleo estão a cair nos mercados internacionais pressionados pela especulação que aponta que as reservas norte-americanas de crude terão voltado a aumentar. Esta quarta-feira, 29 de Abril, a Administração de Informações sobre Energia dos Estados Unidos vai revelar as reservas de crude e a estimativa da Bloomberg aponta para que os inventários tenham crescido na ordem dos 2,5 milhões de barris na semana passada.
O West Texas Intermediate desce 0,75% para 56,55 dólares por barril e o Brent do Mar do Norte, que serve de referência às importações nacionais, recua 0,65% para 64,41 dólares por barril.
"O aumento dos stocks de crude norte-americano este ano tem sido enorme", disse à Bloomberg Amrita Sen, analista da Energy Aspects, por email. "Ainda que [os inventários] venham a diminuir quando as refinarias terminarem a manutenção, não é praticável que o mercado vá 'consumir' mais de 100 milhões de barris até Setembro, quando a manutenção vai aumentar de novo", acrescentou.
Ainda a pressionar a evolução do "ouro negro" está a decisão da Arábia Saudita. O príncipe saudita Abdulaziz bin Salman, vice-ministro do petróleo, referiu esta segunda-feira, 27 de Abril, aos jornalistas, citado pela Bloomberg, que o mercado está em "excelentes" condições. O reino saudita quer manter a estabilidade dos preços, da procura e da oferta.
"A Arábia Saudita está interessada em manter a sua quota de mercado e interessada em manter os seus clientes", revelou o príncipe. "Vamos fornecer qualquer procura por petróleo saudita na medida em que estamos interessados na estabilidade do mercado. A estabilidade inclui preços, oferta e estabilidade na procura", acrescentou.
Em 2014, as exportações da Arábia Saudita, maior produtor e exportador mundial da matéria-prima, recuaram para um mínimo de três anos (7,11 milhões de barris por dia), uma queda essencialmente resultante da redução das importações dos Estados Unidos. Isto porque a produção a partir de xisto betuminoso permitiu elevar para máximos históricos a produção petrolífera norte-americana, reduzindo assim as necessidades de importação do país e levando os stocks para máximos históricos.
A estratégia de Riade passa por tentar pressionar o preço do petróleo de forma a fazer recuar o preço da matéria-prima para níveis que não sejam rentáveis para as empresas norte-americanas que produzem a partir de xisto betuminoso, um tipo de extracção que envolve custos muito superiores aos, por exemplo, da produção saudita.