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Juros da dívida de Portugal em mínimos de um mês com início do programa ABS

A taxa de juro da dívida portuguesa está em mínimos de um mês depois do BCE anunciar que vai dar início ao segundo programa de compra de activos.

Bruno Simão/Negócios
20 de Novembro de 2014 às 17:24
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As taxas de juro de dívida soberana estão em queda por toda a Europa. Estas descidas acontecem depois do Banco Central Europeu (BCE) ter anunciado o início do programa de compra de activos ABS ("asset backed securities") esta quinta-feira, 20 de Novembro.

 

Este é um dos dois programas de compra de activos anunciados pela autoridade monetária em Setembro, o outro foi o de "covered bonds" que entrou em vigor em meados de Outubro e já comprou 10 mil milhões de euros em activos.

 

O BCE compra assim estes activos - obrigações vinculadas a empréstimos - aos bancos para aliviar o seu balanço. O objectivo é fazer chegar mais dinheiro às famílias e empresas - na forma de créditos bancários e aumentar a inflação na Zona Euro. Mario Draghi já garantiu que quer aumentar em 50% o balanço do BCE para os 3 biliões de euros.

 

A taxa de juro da dívida a 10 anos de Portugal está a cair 2,5 pontos base para 3,123%, o nível mais baixo no espaço de mais de um mês. No Sul da Europa, a taxa também está a recuar em Espanha, 3,2 pontos para 2,099%, e em Itália, 2,8 pontos para 2,303%.

 

As maiores economias da Zona Euro também assistem à queda dos juros. Na Alemanha, a taxa de juro está a cair 4,5 pontos base para 0,803%, o que é a taxa de juro mais baixa em 25 anos.

 

Já em França, a taxa a 10 anos perde 4,7 pontos base para 1,149%. Mais a Norte, na Finlândia e Holanda os juros estão a recuar 4,5 pontos para 0,916% e 4,1 pontos para 0,948%.

 

O BCE tem vindo a adoptar uma política monetária expansionista ao longo deste ano, com taxas de juro em mínimos históricos; empréstimos aos bancos a baixos juros (programa TLTRO); programas de compras de activos "covered bonds" e ABS.

 

Mas se estas medidas não funcionarem o BCE promete fazer mais, como comprar dívida pública. "Outras medidas não convencionais poderão incluir a compra de um conjunto de activos, um dos quais a compra de títulos de dívida soberana", afirmou Mario Draghi esta semana no Parlamento Europeu.

 

E os dados económicos mais recentes apontam que mais medidas convencionais podem vir a ser aprovadas mais cedo do que o esperado. Hoje foi revelado que a actividade económica na Zona Euro caiu 1,3% em Outubro. O índice da Markit Economics para a indústria e serviços encontra-se agora no valor mais baixo dos últimos 16 meses.

 

O crescimento também dá sinais de abrandamento, levando o FMI a rever em baixa as suas previsões de crescimento. O Fundo prevê que a Zona Euro cresça 0,8% este ano (menos 0,3% do que antes) e de 1,3% no próximo (menos 0,2%).

 

A taxa de inflação também está num nível baixo: 0,4% durante o mês de Outubro, ainda longe da meta de 2% fixada pelo BCE.

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