A Reserva Federal dos EUA divulgou esta quarta-feira, 19 de Novembro, as minutas da reunião de política monetária realizada a 28 e 29 de Outubro. No documento, a maioria dos responsáveis do banco central norte-americano defende que a taxa de inflação continuará a subir até ao objectivo de 2%. Mas a instituição deve estar atenta, defendem.

Os responsáveis pela política monetária da Fed "continuam a esperar que a inflação recupere até ao objectivo da instituição de 2% no médio prazo, à medida que o excedente de recursos diminui, num ambiente de expectativas estáveis para a inflação", referem as minutas divulgadas esta quarta-feira pela Reserva Federal e citadas pela Bloomberg. Apesar de manterem, assim, as expectativas, defendem que o banco central deve estar atento.

"Muitos membros defenderam que a instituição deve continuar atenta aos sinais de uma possível mudança negativa nas expectativas de longo prazo para a inflação", avança o documento relativo à reunião concluída a 29 de Outubro. "Alguns dos responsáveis salientaram que, se tal acontecer, será ainda mais preocupante se o crescimento decepcionar", refere ainda as minutas.

Economia mundial poderá prejudicar os EUA

Apesar dos recentes sinais de abrandamento da economia mundial, os responsáveis da Fed aprovaram a conclusão do programa de compra de activos. Ainda assim, salientaram que o abrandamento de grandes economias, como a Zona Euro e a China, poderá prejudicar os EUA.

Os responsáveis "apontaram para as algo fracas perspectivas económicas e os maiores riscos negativos na Europa, China e Japão", além da acentuada valorização do dólar. Na mesma reunião, "foi salientado que se as condições económicas ou financeiras internacionais continuarem a deteriorar-se, o crescimento da economia dos EUA no médio prazo poderá ser mais lento que o actualmente previsto", dizem as minutas. Ainda assim, os responsáveis acreditam que é provável que o impacto "seja bastante limitado".

Já em relação às taxas de juro e ao uso do termo "por um período de tempoconsiderável", o documento divulgado sublinha a abrangente troca de argumentos entre os responsáveis. Nove dos 10 responsáveis votaram a favor de manter esses termos como indicação para as taxas de juro, actualmente no mínimo histórico entre 0% e 0,25%. Contudo, as minutas indicam que o momento para a subida dos juros irá depender da evolução do dados económicos.

(Notícia actualizada às 19h54)