Outros sites Medialivre
Notícias em Destaque
Notícia

BCE pode começar a comprar activos ABS a partir de sexta-feira

Depois das "covered bonds", o BCE avança com o programa ABS. A autoridade monetária pretende aliviar o peso no balanço dos bancos para fazer chegar mais dinheiro à economia real. O próximo passo pode ser a compra de dívida pública, já admitiu Mario Draghi.

Reuters
20 de Novembro de 2014 às 14:23
  • ...

O Banco Central Europeu (BCE) vai iniciar o segundo programa de compra de activos aprovado em Setembro. A decisão foi anunciada esta quinta-feira, 20 de Novembro, e a autoridade monetária poderá iniciar a compra de "asset backed securities" (ABS) a partir de amanhã, sexta-feira 21 de Novembro.

 

O BCE defende que este programa vai contribuir "para a transmissão de política monetária, facilitar o crédito, influenciar positivamente outros mercados". A compra destes activos irá "facilitar a orientação da política monetária do BCE e contribuir para o regresso da taxa de inflação a níveis próximos dos 2%", diz a autoridade monetária.

 

Os ABS são obrigações vinculadas a empréstimos. Os bancos criam estes activos ao juntar vários tipos de crédito – habitação, automóvel, dívida do cartão de crédito – em obrigações para depois negociá-las no mercado.

 

A autoridade monetária aprovou em Setembro dois programas de compra de activos: ABS e "covered bonds". Estes últimos são dívida garantida por empréstimos imobiliários ou empréstimos ao sector público.

 

Este mercado vale 2,6 biliões de euros no total e existem 600 mil milhões de euros elegíveis no mercado para o BCE comprar. programa de covered bonds teve início em meados de Outubro e o BCE comprou 10,5 mil milhões de euros destes activos até 14 de Novembro. 

 

Através destes programas, o BCE pretende engordar o seu balanço para um valor próximo dos três biliões de euros, um salto de 50% face ao valor actual. Ao comprar estes activos, o banco central alivia o fardo sobre os balanços dos bancos facilitando a chegada de dinheiro à economia real – famílias e empresas.

 

O objectivo final é promover o crescimento e aumentar a taxa de inflação na Zona Euro que foi de 0,4% em Outubro – 0,1% em Portugal - muito longe da meta de 2% do BCE. Já a economia do euro cresceu 0,8% no terceiro trimestre face a período homólogo, diz o Eurostat. Já o FMI reduziu recentemente a previsão de crescimento para o euro para 0,8% este ano.

 

Mas se estes dois programas de compra de activos - em conjunto com as taxas de juro em mínimos históricos e o programa de empréstimos aos bancos a baixos juros (TLTRO) - não funcionarem, o BCE tem outra carta na manga.

 

A compra de dívida soberana dos países membros da Zona Euro poderá ser o próximo passo na política monetária do BCE, um programa semelhante ao "quantitative easing" da Reserva Federal norte-americana.

 

Isto mesmo foi dito esta semana por Mario Draghi. "Outras medidas não convencionais poderão incluir a compra de um conjunto de activos, um dos quais a compra de títulos de dívida soberana", afirmou o presidente do BCE no Parlamento Europeu. E segundo uma análise do Commerzbank, Portugal poderia ser mesmo o maior beneficiado com este programa de compra de dívida pública pelo banco central.

Ver comentários
Saber mais BCE banco central europeu covered bonds ABS zona euro Portugal Mario Draghi Parlamento Europeu economia negócios e finanças macroeconomia
Outras Notícias
Publicidade
C•Studio