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Governo considera subida dos juros "coincidência temporal" com Orçamento (act.)

No dia em que o orçamento é analisado pelos ministros das Finanças da zona euro, os juros da dívida portuguesa disparam para máximos de quase dois anos. A ministra da Presidência afasta relação.

Rodrigo Gatinho
11 de Fevereiro de 2016 às 13:00
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A ministra da Presidência e da Modernização Administrativa classificou esta quinta-feira, 11 de Fevereiro, a subida dos juros da dívida de Portugal em mercado secundário – que dispararam para 4,5% pela primeira vez desde Março de 2014 – como resultado da "instabilidade global" e considerou que o facto de ter acontecido no dia em que o Eurogrupo analisa a proposta de Orçamento do Estado é uma "coincidência temporal".

"A instabilidade é global, internacional, afecta mais uns países que outros. Estamos a ver atentamente, olhando atentamente para esta situação. Obviamente que preocupa como preocupará toda a Zona Euro, em particular países que são mais afectados por essa instabilidade", considerou Maria Manuel Leitão Marques (na foto à esquerda), no final da conferência de imprensa no final da reunião do Conselho de Ministros.


"Mas não é uma instabilidade que tenha a ver com circunstâncias específicas, porque a a Comissão Europeia aprovou o Orçamento. É coincidência temporal as duas situações terem ocorrido", acrescentou a responsável, que garantiu haver "estabilidade na relação com a União Europeia em matéria de Orçamento".

O Governo obteve na sexta-feira passada a aprovação com reservas pelo Executivo comunitário às contas propostas por Lisboa, apontando "riscos de incumprimento" mesmo após três pacotes de medidas adicionais acordados numa semana e prometendo monitorizar a execução já no mês de Maio.

A pressão sobre a dívida portuguesa acontece numa altura em que se espera que agência de rating DBRS - que, se prevê, possa mexer em Abril na notação das obrigações nacionais - se pronuncie sobre as medidas previstas no Orçamento do Estado. Um analista do Citigroup disse ao Financial Times que além da incerteza orçamental, também os riscos de instabilidade política e as dúvidas sobre a saúde do sistema financeiro pesam sobre o agravamento das "yields".

Aquela agência canadiana é a única que atribui ainda grau de investimento à dívida portuguesa, facto que permite a Portugal ser elegível para o programa de compra de dívida pública do Banco Central Europeu em mercado secunário. 

(notícia actualizada às 13:07 com mais informação sobre comportamento da dívida nacional)

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