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BIS: Criptomoedas “tornaram-se uma mistura de bolha, esquema Ponzi e desastre ambiental”
O director-geral do Banco de Pagamentos Internacionais (BIS) apelou aos governos e reguladores para quem tomem medidas no sentido de travar a propagação das criptomoedas para proteger os cidadãos e os investidores.
Um dia depois de o presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, ter alertado para os riscos das criptomoedas, o Banco de Pagamentos Internacionais (BIS, na sigla inglesa) seguiu o mesmo caminho.
"Por muito que se pense tratar-se de um sistema de pagamentos alternativos, sem intervenção governamental, na prática converteu-se num mistura de bolha, fraude de esquema Ponzi e desastre ambiental", afirmou Agustín Carstens, director-geral do BIS, o organismo que coordena os bancos centrais, citado pelo El País.
O Banco Internacional de Pagamentos vê grandes riscos associados às moedas digitais e pede aos governos e aos reguladores uma actuação imediata. "As autoridades devem estar preparadas para tomar medidas contra a propagação das criptomoedas com o objectivo de proteger os consumidores e investidores", acrescentou Carstens.
Numa conferência realizada em Frankfurt, o responsável sublinhou ainda que, para preservar o valor do dinheiro, "este deve ser apoiado por instituições que prestem contas perante os cidadãos e gozem da sua confiança". "A ascensão meteórica das criptomoedas não deve fazer-nos esquecer da importância do papel dos bancos centrais como guardiões da confiança pública", sustentou.
O alerta de Carstens faz eco das palavras do próprio presidente do BCE que, na segunda-feira, já havia advertido que a bitcoin e outras criptomoedas são "activos muito arriscados", que devem ser mantidos com prudência, nomeadamente por bancos.
"As moedas digitais estão sujeitas a grande volatilidade. O seu preço é completamente especulativo", declarou Draghi, no Parlamento Europeu, em Estrasburgo.
Bitcoin volta para terreno positivo após baixar barreira dos 6 mil dólares
Depois de cinco sessões consecutivas de fortes perdas – em que acumulou uma desvalorização de 36,6% - a bitcoin voltou esta terça-feira para terreno positivo. A mais famosa das criptomoedas sobe 0,72% para 7.151,99 dólares.
No entanto, durante a manhã, a bitcoin chegou a afundar um máximo de 16,60% e a negociar nos 5.992,00 dólares, o valor mais baixo desde meados de Novembro do ano passado.
As fortes dos últimos dias intensificaram-se ontem depois de instituições financeiras dos dois lados do Atlântico – incluindo o Lloyds e o JPMorgan - terem decidido proibir os seus clientes de usarem cartões de crédito na aquisição de moedas virtuais. De acordo com a Reuters, os bancos temem que a queda do valor destas moedas deixe os seus clientes impossibilitados de reembolsar as suas dívidas.
O Lloyds Banking Group confirmou que a sua decisão foi tomada na sequência da deliberação dos norte-americanos JPMorgan Chase e Citigroup. Na semana passada, a Mastercard, a segunda maior rede de pagamentos do mundo, revelou que os clientes que adquiriram moedas virtuais com cartões de crédito levaram a um crescimento de um ponto percentual nos volumes de transacções realizados no estrangeiro, no último trimestre do ano passado.