Outros sites Medialivre
Notícias em Destaque
Notícia

BIS: Criptomoedas “tornaram-se uma mistura de bolha, esquema Ponzi e desastre ambiental”

O director-geral do Banco de Pagamentos Internacionais (BIS) apelou aos governos e reguladores para quem tomem medidas no sentido de travar a propagação das criptomoedas para proteger os cidadãos e os investidores.

2017 foi um ano em que praticamente todos os dias ouvimos falar da bitcoin. A mais antiga e a mais popular das moedas virtuais disparou mais de 1.700%, desde o início do ano, e chegou a superar os 19.500 dólares. Isto depois de os futuros sobre a bitcoin terem começado a transaccionar na CME Group, uma semana depois da rival de Chicago Cboe Global Markets ter introduzido derivados semelhantes sobre a volátil criptomoeda.
06 de Fevereiro de 2018 às 14:09
  • ...

Um dia depois de o presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, ter alertado para os riscos das criptomoedas, o Banco de Pagamentos Internacionais (BIS, na sigla inglesa) seguiu o mesmo caminho.

 

"Por muito que se pense tratar-se de um sistema de pagamentos alternativos, sem intervenção governamental, na prática converteu-se num mistura de bolha, fraude de esquema Ponzi e desastre ambiental", afirmou Agustín Carstens, director-geral do BIS, o organismo que coordena os bancos centrais, citado pelo El País.

 

O Banco Internacional de Pagamentos vê grandes riscos associados às moedas digitais e pede aos governos e aos reguladores uma actuação imediata. "As autoridades devem estar preparadas para tomar medidas contra a propagação das criptomoedas com o objectivo de proteger os consumidores e investidores", acrescentou Carstens.

 

Numa conferência realizada em Frankfurt, o responsável sublinhou ainda que, para preservar o valor do dinheiro, "este deve ser apoiado por instituições que prestem contas perante os cidadãos e gozem da sua confiança". "A ascensão meteórica das criptomoedas não deve fazer-nos esquecer da importância do papel dos bancos centrais como guardiões da confiança pública", sustentou.

 

O alerta de Carstens faz eco das palavras do próprio presidente do BCE que, na segunda-feira, já havia advertido que a bitcoin e outras criptomoedas são "activos muito arriscados", que devem ser mantidos com prudência, nomeadamente por bancos.

 

"As moedas digitais estão sujeitas a grande volatilidade. O seu preço é completamente especulativo", declarou Draghi, no Parlamento Europeu, em Estrasburgo.

 

Bitcoin volta para terreno positivo após baixar barreira dos 6 mil dólares

 

Depois de cinco sessões consecutivas de fortes perdas – em que acumulou uma desvalorização de 36,6% - a bitcoin voltou esta terça-feira para terreno positivo. A mais famosa das criptomoedas sobe 0,72% para 7.151,99 dólares.

 

No entanto, durante a manhã, a bitcoin chegou a afundar um máximo de 16,60% e a negociar nos 5.992,00 dólares, o valor mais baixo desde meados de Novembro do ano passado.

 

As fortes dos últimos dias intensificaram-se ontem depois de instituições financeiras dos dois lados do Atlântico – incluindo o Lloyds e o JPMorgan - terem decidido proibir os seus clientes de usarem cartões de crédito na aquisição de moedas virtuais. De acordo com a Reuters, os bancos temem que a queda do valor destas moedas deixe os seus clientes impossibilitados de reembolsar as suas dívidas.

 

O Lloyds Banking Group confirmou que a sua decisão foi tomada na sequência da deliberação dos norte-americanos JPMorgan Chase e Citigroup. Na semana passada, a Mastercard, a segunda maior rede de pagamentos do mundo, revelou que os clientes que adquiriram moedas virtuais com cartões de crédito levaram a um crescimento de um ponto percentual nos volumes de transacções realizados no estrangeiro, no último trimestre do ano passado.

Ver comentários
Saber mais bitcoin criptomoedas BIS Banco de Pagamentos Internacionais Agustín Carstens
Outras Notícias
Publicidade
C•Studio