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Produtores de bitcoins procuram energia limpa

O plano de Vakhtang Gogokhia para extrair criptomoedas do submundo do ciberespaço está baseado numa estratégia que muitos fabricantes tradicionais que consomem muita electricidade conhecem - quanto mais barata for a energia, melhor.

05 de Fevereiro de 2018 às 20:15
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Por isso, Gogokhia (na foto), director de uma startup chamada Golden Fleece, colocou um contentor cheio de computadores fabricados na China dentro de uma fábrica de tractores abandonada na Geórgia, cerca de 100 quilómetros a leste do Mar Negro. O lugar era ideal para os servidores trabalharem 24 horas por dia porque tem acesso a electricidade barata gerada pela água que flui do Cáucaso. Também há planos para construir painéis solares e turbinas eólicas na região.

 

A energia renovável está a tornar-se a preferida da mineração de moedas digitais, como o bitcoin, à medida que os preços aumentam e a indústria procura mais potência informática. Os combustíveis tradicionais como o carvão continuam a ser essenciais para as empresas de energia eléctrica, mas as grandes mineradoras de moedas digitais, entre elas a Bitmain Technologies, a HIVE Blockchain Technologies e a Bitfury Group, estão a usar energia limpa em sítios como Canadá, Islândia e Paraguai - e atraindo investidores preocupados com o impacto ambiental das emissões de carbono.

 

"Para conquistar as riquezas das criptomoedas, decidimos construir parques de mineração baratos, ecológicos e sustentáveis na Geórgia," disse Gogokhia, o CEO de 28 anos da Golden Fleece e ex-funcionário da rede eléctrica estatal.

 

Procura

 

Nos últimos 12 meses, a criação de criptomoedas tornou-se mais lucrativa praticamente em qualquer lugar porque os preços aumentaram vertiginosamente, gerando uma rápida expansão global das actividades de mineração e centenas de novos tipos de tokens. A bitcoin foi avaliada em mais de 325 mil milhões de dólares em Dezembro - valor de mercado superior ao da Wal-Mart Stores, depois de no espaço de um ano a unidade aumentar de menos de 800 dólares para quase 20.000 dólares.

 

Contudo, os computadores necessários para criar e sustentar a bitcoin precisam, por dia, da mesma quantidade de electricidade produzida por 30 reactores nucleares a funcionar na capacidade máxima e o sector já está a usar mais energia do que todos os veículos eléctricos do mundo, segundo estima a Bloomberg New Energy Finance. Embora a tecnologia de criação de criptomoedas possa evoluir, tornar-se mais eficiente e exigir menos energia, os custos de electricidade continuam a ser uma preocupação fundamental das mineradoras, especialmente depois da bitcoin ter caído para menos de 8.000 dólares este mês.

 

Em Ciudad del Este, no Paraguai, mineradoras de criptomoedas brasileiras a estabelecer-se na zona de comércio livre da cidade. Estão a aproveitar a electricidade mais barata gerada pela central Hidrelétrica de Itaipu, de 14 gigawatts, que produz mais energia do que o Paraguai pode consumir. Os preços equivalem a cerca de um quarto dos preços do Brasil.

 

"As mineradoras estão à procura de lugares onde possam ter margens maiores", disse o minerador brasileiro Rocelo Lopes, acrescentando que os seus 6.000 computadores em Ciudad del Este são a maior operação de criptomoedas da América do Sul. "É um mercado muito volátil e de um dia para o outro pode perder dinheiro."

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