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Oito analistas já subiram avaliação da EDP. Preço-alvo continua abaixo da OPA

A EDP continua a ser alvo de notas de análise. São vários os bancos de investimento a reverem em alta as suas avaliações da eléctrica. Mas mesmo assim, o preço-alvo médio continua abaixo da contrapartida da OPA da CTG.

Bruno Simão
15 de Maio de 2018 às 13:35
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A China Three Gorges (CTG) lançou uma oferta pública de aquisição (OPA) sobre a EDP e outra oferta sobre a EDP Renováveis na sexta-feira, 11 de Maio. E ofereceu uma contrapartida de 3,26 euros por cada acção da eléctrica e 7,33 euros por cada acção da EDP Renováveis.

 

Desde então, foram vários os bancos de investimento que emitiram notas de análise, pronunciando-se sobre a operação. A maioria acredita que a CTG terá de rever em alta o preço para vingar. Mas a média das avaliações dos analistas continua abaixo da contrapartida oferecida.

 

Em 14 casas de investimento que se pronunciaram sobre a operação, oito elevaram o preço-alvo da EDP, sete das quais a estabelecerem uma avaliação superior à oferta. Tendo em consideração estas casas de investimento, o preço-alvo médio foi elevado em quase 7,5%, passando de 3,03 euros para 3,25 euros, um valor que continua abaixo da oferta (3,26 euros).

 

Analisando os dados que constam na Bloomberg e que incluem 24 casas de investimento, com muitas delas com avaliações anteriores à OPA, o preço médio é de 3,24 euros, quando antes do anúncio desta operação estava nos 2,98 euros.

 

O Negócios não teve acesso a várias das notas de análise publicadas, tendo, em alguns casos, apenas conseguido consultar as avaliações que constam no terminal da Bloomberg, com datas posteriores a sexta-feira, 11 de Maio. Por isso, não conseguimos explicar os fundamentais usados por várias instituições para justificar as avaliações que fazem das empresas em causa.

 

Goldman Sachs considera preço "baixo" e diz que CTG precisa de subir 

"Dado o preço baixo (3,26 euros), o desconto relativo à compra que a CTG fez em 2011 (3,45 euros) e ao prémio baixo" face às avaliações dos analistas, "pensamos que a CTG precisa de aumentar a sua oferta, especialmente devido à necessidade de alteração dos estatutos", que actualmente estão limitados a 25% dos votos, realça o Goldman Sachs numa nota a que o Negócios teve acesso.

"Além disso, dado o interesse manifestado por múltiplas grandes utilities europeias (Engie, Gas Natural e Enel) acreditamos que pode haver uma oferta concorrente", adianta o Goldman Sachs numa nota a que o Negócios teve acesso. O banco de investimento recorda assim o interesse já manifestado por parte de algumas empresas que actuam neste sector nos últimos tempos.

 

HSBC eleva preço-alvo em 6,3%

O HSBC decidiu elevar a sua avaliação da EDP em 6,3%, estabelecendo o "target" em 3,40 euros. Este é um dos bancos de investimento que passou a avaliar a eléctrica acima da contrapartida oferecida. A recomendação ficou em "manter". O Negócios não teve acesso a esta nota de análise.

 

Haitong admite propostas concorrentes

O Haitong também elevou a sua avaliação da EDP de 2,85 euros para 3,37 euros numa altura em que admite que a CTG tenha concorrência. "Não excluímos a possibilidade de ofertas concorrentes pela EDP", afirmam os analistas do Haitong, numa nota a que o Negócios não teve acesso na íntegra. Os mesmo analistas adiantam que, "para ter sucesso, qualquer oferta tem de incluir um prémio de controlo significativo (20%)". A recomendação foi mantida em "neutral".


Santander avalia EDP Renováveis 14,6% acima da OPA

O Santander reiniciou a cobertura das acções da EDP, avaliando a cotada liderada por António Mexia em 2,81 euros, um valor que está abaixo da actual cotação (3,44 euros), bem como abaixo do valor a que as acções fecharam na sexta-feira (3,11 euros) antes de ter sido lançada a OPA. A recomendação é de "manter". O Negócios não teve acesso a esta nota de análise.

 

Mais generosa foi a avaliação da EDP Renováveis, que passou de 7,70 euros para 8,04 euros, um "target" que supera em 14,6% a contrapartida oferecida pela CTG. A recomendação é de "comprar".

 

Kepler Cheuvreux sobe avaliação da EDP

A casa de investimento Kepler Cheuvreux elevou em 4,55% a sua avaliação da EDP, estipulando um preço-alvo de 3,45 euros. Este valor fica 5,8% acima da contrapartida da CTG. Este banco de investimento recomenda aos investidores "comprar" acções da eléctrica. O Negócios não teve acesso a esta nota de análise.

 

BNP Paribas aumenta avaliação para valor mais próximo da contrapartida

O BNP Paribas também decidiu elevar o "target" da EDP, elevando de 2,70 euros para 3,30 euros a sua avaliação. É um preço-alvo que fica acima da contrapartida de 3,26 euros oferecida. Já a recomendação passou de "underperform" para "neutral". O Negócios não teve acesso a esta nota de análise.

 

JBCapital mantém avaliação 7,4% acima da OPA

O JB Capital não alterou o seu preço-alvo da EDP, mantendo-o em 3,50 euros, um valor que está 7,4% acima do oferecido pela CTG. A recomendação também foi mantida em "comprar". O Negócios não teve acesso a esta nota de análise.

 

JPMorgan iguala contrapartida

O JPMorgan considera que a oferta dos chineses é "demasiado baixa para alcançar o controlo da empresa". E reviu a sua avaliação da eléctrica, mas apenas para o valor oferecido pela CTG, que é de 3,26 euros. O anterior "target" era de 2,95 euros. A recomendação é de "neutral".

 

Já para a EDP Renováveis, o JPMorgan, que já tinha uma avaliação superior à oferta dos chineses (7,50 euros), elevou o preço-alvo para 8,20 euros. Um valor que fica assim 11,9% acima da contrapartida de 7,33 euros.

 

BBVA eleva "target" em 31%

O BBVA reviu em alta a avaliação da EDP em 31%, passando o preço-alvo de 2,75 euros para 3,60 euros. Este banco de investimento passou assim a avaliar a eléctrica em mais 10,4% face à contrapartida oferecida. A recomendação é de "outperform". O Negócios não teve acesso a esta nota de análise.

 

Société Générale mantém avaliação abaixo da OPA

O Société Générale manteve o preço-alvo da EDP em 3,10 euros, um "target" que fica quase 5% abaixo da contrapartida. A recomendação é de "manter", idêntica à da EDP Renováveis. Ainda assim a empresa liderada por João Manso Neto consegue uma avaliação de 8,00 euros, 9% acima do valor oferecido pela CTG. Mas em nenhum caso houve alteração na avaliação. O Negócios não teve acesso a esta nota de análise.

 

BPI antecipa "luta pelo controlo" da EDP mas mantém avaliação abaixo da OPA

O prémio que a China Three Gorges oferece pela EDP abre espaço para uma revisão em alta da contrapartida. Ou para uma corrida pelo poder na eléctrica comandada por António Mexia, acreditam os analistas do BPI e CaixaBank. Apesar desta análise, e de admitir que possa vir a rever em alta a avaliação da EDP, o BPI decidiu manter o preço-alvo em 3,20 euros (abaixo da OPA) e a recomendação de "neutral".

  

CaixaBI descrente na OPA mantém avaliação

O CaixaBI não acredita no sucesso das OPA da CTG a sobre EDP e a Renováveis uma vez que "o preço da oferta [sobre a EDP] é demasiado baixo". Esta casa de investimento decidiu manter a avaliação da eléctrica em 3,15 euros, bem como a recomendação em "acumular".

 

Credit Suisse mantém avaliação abaixo da OPA

O Credit Suisse também não alterou o "target" da EDP depois do lançamento da OPA. A avaliação desta casa de investimento é de 2,70 euros, 17% abaixo da contrapartida oferecida pelos chineses. A recomendação é de "neutral". O Negócios não teve acesso a esta nota de análise.

 

Investec avalia EDP em 3,20 euros

A Investec também decidiu manter o preço-alvo da EDP em 3,20 euros, um valor que também está abaixo da oferta da CTG. A casa de investimento manteve igualmente a recomendação em "manter".


Nota: A notícia não dispensa a consulta da nota de "research" emitida pela casa de investimento, que poderá ser pedida junto da mesma. O Negócios alerta para a possibilidade de existirem conflitos de interesse nalguns bancos de investimento em relação à cotada analisada, como participações no seu capital. Para tomar decisões de investimento deverá consultar a nota de "research" na íntegra e informar-se junto do seu intermediário financeiro.

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