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BPI antecipa "luta pelo controlo" da EDP com OPA da China Three Gorges
O prémio que a China Three Gorges oferece pela EDP abre espaço para uma revisão em alta da contrapartida. Ou para uma corrida pelo poder na eléctrica comandada por António Mexia, acreditam os analistas do BPI e CaixaBank.
Há espaço para que haja uma corrida ao controlo da EDP. A leitura é da casa de investimento do BPI e do CaixaBank, que sublinha que poderá haver uma revisão em alta do preço oferecido pela China Three Gorges na oferta pública de aquisição anunciada na sexta-feira.
"Não excluímos a possibilidade de uma revisão da contrapartida ou de uma luta pelo controlo", assinala a equipa de especialistas liderada por Gonzalo Sanchez-Bordona, na nota de "research" desta segunda-feira, 14 de Maio, a que o Negócios teve acesso.
A China Three Gorges, que detém 23,27% da EDP, lançou uma oferta para ficar com 100% da empresa. O preço proposto é de 3,26 euros por acção. Os títulos cotados na bolsa de Lisboa já superaram o valor e tocaram nos 3,379 euros, esta segunda-feira, a primeira vez que negociaram no pós-anúncio de OPA.
Contudo, a contrapartida correspondia a um prémio de 4,8% em relação ao fecho de sexta-feira, sendo que esse "magro" prémio é justificado pela "percepção de risco regulatório" e pela "elevada alavancagem". "O reduzido prémio abre espaço para potenciais ofertas concorrentes", sublinham os analistas. "Não podemos excluir ofertas concorrentes, depois de rumores da imprensa a indicarem a Gas Natural, a Engie e a Enel como potenciais interessadas em aquisições nos últimos meses". O responsável pela ATM, que representa pequenos investidores na Bolsa de Lisboa, já afirmou que era "óptimo" haver ofertas concorrentes.
Além disso, haverá pedido de "outros accionistas para pedirem mais pela transferência de controlo, o que poderá levar a uma revisão da contrapartida". Uma posição já avançada pelo Negócios. The Capital Group, Oppidum, BlackRock, Mubadala Investments e Grupo BCP estão entre os principais investidores da empresa presidida por António Mexia.
Apesar da oferta, e pese embora admitir o combate pelo poder na eléctrica e também a revisão em alta do preço, a recomendação do BPI Equity Research é "neutral". O preço-alvo é de 3,20 euros.