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Mexia pede aos trabalhadores da EDP para continuarem "focados" durante a OPA
O presidente da EDP garantiu em carta escrita aos trabalhadores que vai manter o universo EDP informado durante este processo.
14 de Maio de 2018 às 16:06
António Mexia pediu aos trabalhadores da EDP para continuarem concentrados no seu trabalho enquanto decorrem as ofertas públicas de aquisição (OPA) lançadas pela China Three Gorges (CTG) sobre a EDP e a EDP Renováveis.
O presidente da eléctrica salientou "a importância de nos mantermos focados no nosso trabalho", num email enviado esta segunda-feira, 14 de Maio, aos trabalhadores da EDP e a que o Negócios teve acesso.
Numa missiva enviada, já depois de anunciada a OPA, o líder da EDP garante que toda a equipa da EDP e da EDP Renováveis será "informada dos desenvolvimentos deste processo".
Sobre a OPA em si, António Mexia explicou que tanto o conselho de administração executivo da EDP como o conselho de administração da EDP Renováveis "irão pronunciar-se sobre a oportunidade e condições destas ofertas" nos respectivos relatórios a serem elaborados no contextos das OPA.
Depois de submetido o anúncio preliminar na sexta-feira, 11 de Maio, a CTG tem agora 20 dias para fazer chegar à CMVM o pedido de registo da OPA. Depois, a administração tem da EDP tem oito dias para produzir um relatório sobre a oportunidade e as condições da oferta.
Conforme avança a agência Bloomberg esta segunda-feira, o conselho de administração executivo da EDP prepara-se para rejeitar a oferta da CTG, por a considerar baixa.
Ao mesmo tempo, a operação enfrenta vários obstáculos pois tem de ser aprovada por, pelo menos, 16 entidades em oito países diferentes.
A aprovação mais difícil de obter poderá ser nos Estados Unidos. A palavra de Washington sobre este negócio vai ter lugar ao nível da Comissão de Investimento Estrangeiro dos Estados Unidos, uma agência governamental presidida pelo secretário do Tesouro, Steven Mnuchin, que já esteve em Pequim a tentar amenizar esta guerra, mas a paz comercial ainda não foi alcançada.
Esta OPA coloca assim a portuguesa EDP no meio de uma "guerra" entre a China e os Estados Unidos, as duas maiores potências mundiais. Se a operação poderá ter a vida facilitada em países como França ou Espanha, a autorização por parte do Governo de Donald Trump levanta algumas dúvidas neste momento delicado de diplomacia económica entre Washington e Pequim.
Em Portugal, o Governo português já garantiu que não vai colocar entraves. Mas a verdade é que António Costa pode até usar a legislação em vigor para travar o negócio, pois o Governo tem o poder de se opor a negócios na área da energia para salvaguardar "activos estratégicos".
Esta oferta acontece depois da Comissão Europeia ter anunciado em Setembro de 2017 que pretende escrutinar mais os investimentos por parte de países fora do bloco comunitário. Apesar de não ter direccionado esta medida a nenhum país em particular, a verdade é que a intenção de Bruxelas acontece num momento em que o investimento chinês está em crescimento na União Europeia.