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Moody's: OPA dos chineses é positiva para o "rating" da EDP
A agência classifica a dívida da China Three Gorges cinco níveis acima da EDP, que está no primeiro nível acima de lixo.
A oferta pública de aquisição (OPA) da China Three Gorges (CTG) poderá ter implicações positivas no "rating" da EDP, caso a operação seja concluída com sucesso, refere a Moody’s num relatório publicado esta quarta-feira, 16 de Maio.
A agência destaca que as "sinergias operacionais e financeiras que resultam do facto de [a EDP] integrar um grupo de energias renováveis de maior dimensão e diversificado", bem como "qualquer apoio que possa vir do maior accionista, que tem um ‘rating’ de A1".
A Moody’s classifica a dívida da EDP em Baa3, ou seja, um nível acima do patamar de "lixo" e cinco níveis abaixo do atribuído à CTG.
A agência assinala que "não é ainda certo" que a OPA venha a ter sucesso, até porque o prémio oferecido é "modesto", sendo que o impacto positivo no "rating" da EDP depende de uma série de factores.
Entre eles constam a evolução da estratégia da EDP como uma empresa autónoma, a estrutura de capital da cotada depois desta transacção, a alavancagem final da CTG e a posição accionista que terá na eléctrica portuguesa após a conclusão da OPA.
"Tendo em conta a qualidade de crédito da CTG, o historial como accionista da EDP e os comunicados sobre a OPA, actualmente não antecipamos que qualquer reforço accionista [na EDP] possa ter implicações negativas para a EDP" em termos de crédito, refere a Moody’s.
A CTG lançou a 11 de Maio uma oferta pública de aquisição (OPA) sobre a totalidade do capital da EDP, com uma contrapartida de 3,26 euros por acção que se situa 4,8% acima da cotação das acções nessa sessão. A oferta avalia a eléctrica em 11,9 mil milhões de euros.
A OPA visa o controlo da EDP, estando condicionada à obtenção de um mínimo de 50% do capital da eléctrica. Para comprar as acções que não detém, a CTG (que controla 23% do capital) terá de investir um máximo de 9,15 mil milhões de euros.
A CGT também lançou uma OPA sobre a EDP Renováveis, oferecendo 7,33 euros por cada acção, uma contrapartida que se situa 6,5% abaixo da cotação dos títulos a 11 de Maio (7,845 euros). Esta oferta assume o estatuto de obrigatória, pois decorre da OPA sobre a EDP, que controla 83% da empresa de energias verdes.
A CTG terá de gastar cerca de 10 mil milhões de euros para comprar a totalidade das duas empresas. Além do limite mínimo de 50% do capital, a OPA está condicionada a uma série de outros factores, como a obtenção de um conjunto alargado de autorizações de reguladores e a não oposição do Governo português.