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OPA à EDP não penaliza "rating" da China Three Gorges

A EDP tem um perfil financeiro mais fraco que a China Three Gorges, mas esta tem o apoio do governo chinês, diz a Standard & Poor’s.

Miguel Baltazar
16 de Maio de 2018 às 11:24
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A Standard & Poor’s considera que a oferta pública de aquisição (OPA) da China Three Gorges (CTG) sobre a EDP não penaliza o "rating" da companhia chinesa, apesar de ser negativo para a recuperação das suas métricas financeiras.

Num relatório citado pela Bloomberg, a agência de notação financeira diz que a aquisição da EDP, a concretizar-se, tem uma "elevada probabilidade de ter um apoio extraordinário" por parte do Governo chinês, "caso seja necessário".  

Assinala contudo que a EDP tem um "perfil financeiro mais fraco" que a CTG, pelo que o negócio proposto, onde a companhia chinesa pode gastar 10 mil milhões de euros para ficar com 100% da EDP e da EDP Renováveis, representa um "entrave" para a recuperação financeira da empresa chinesa.

"As métricas financeiras [da CTG] deverão permanecer pressionadas ao longo dos próximos dois a três anos devido às aquisições no estrangeiro e planos de investimento de elevada dimensão", acrescenta a agência. A S&P atribui à CTG um rating de "A", com perspectiva estável. O rating da EDP é de BBB-1, com perspectiva estável.     

 

A CTG lançou a 11 de Maio uma oferta pública de aquisição (OPA) sobre a totalidade do capital da EDP, com uma contrapartida de 3,26 euros por acção que se situa 4,8% acima da cotação das acções nessa sessão. A oferta avalia a eléctrica em 11,9 mil milhões de euros.

A OPA visa o controlo da EDP, estando condicionada à obtenção de um mínimo de 50% do capital da eléctrica. Para comprar as acções que não detém, a CTG (que controla 23% do capital) terá de investir um máximo de 9,15 mil milhões de euros.

 

A CGT também lançou uma OPA sobre a EDP Renováveis, oferecendo 7,33 euros por cada acção, uma contrapartida que se situa 6,5% abaixo da cotação dos títulos a 11 de Maio (7,845 euros).  Esta oferta assume o estatuto de obrigatório, pois decorre da OPA sobre a EDP, que controla 83% da empresa de energias verdes.

 

A CTG terá de gastar cerca de 10 mil milhões de euros para comprar a totalidade das duas empresas. Além do limite mínimo de 50% do capital, a OPA está condicionada a uma série de outros factores, como a obtenção de um conjunto alargado de autorizações de reguladores e a não oposição do Governo português.

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