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Terceiro maior accionista da EDP considera preço da OPA baixo
O terceiro maior accionista da eléctrica, a Oppidum Capital, não tem intenção de vender a sua posição na EDP pelo preço oferecido pela China Three Gorges, revela o Cinco Dias.
A Oppidum Capital, que é dona de 7,19% do capital social da EDP, não tenciona vender a sua posição na oferta pública de aquisição (OPA) lançada pela China Three Gorges. Pelo menos, não nas condições actualmente oferecidas, revela o jornal espanhol Cinco Dias, que cita fontes não identificadas.
A publicação adianta que a venda da posição representaria um encaixe de 850 milhões de euros para os espanhóis da Oppidum, que reúne o Liberbank e o grupo Masaveu.
A Oppidum considera insuficiente o prémio de 4,82%, face ao valor de fecho das acções da EDP na sexta-feira, uma vez que a EDP distribui bons dividendos todos os anos. Este ano, a eléctrica liderada por António Mexia pagou 19 cêntimos por acção, num bolo total de 695 milhões de euros, o que corresponde a 62,4% dos lucros acumulados em 2017.
Já no ano passado a EDP tinha pago um dividendo de 19 cêntimos referente ao exercício de 2016, num total de 691 milhões de euros. Entre 2012 e 2016 a empresa liderada por António Mexia tinha pago sempre um dividendo de 18,5 cêntimos por acção.
Esta visão de a contrapartida oferecida pela CTG, 3,26 euros, ser baixa já tinha sido partilhada pelo próprio conselho de administração da EDP, de acordo com uma posição assumida através de um comunicado divulgado no dia 15 de Maio. "O Conselho de Administração Executivo considera que o preço oferecido não reflecte adequadamente o valor da EDP e que o prémio implícito na oferta é baixo considerando a prática seguida no mercado europeu das ‘utilities’ nas situações onde existiu aquisição de controlo pelo oferente".
Os analistas que têm seguido esta operação também consideram, na maior parte dos casos, o prémio baixo. Perante a expectativa de ofertas concorrentes ou uma revisão em alta da oferta, os analistas estão a recomendar "manter" as acções da eléctrica em carteira. "Esperar" pelos desenvolvimentos pode ser a melhor opção, defende o JPMorgan.