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As acções que podem ganhar com a melhoria de rating

O BPI fez uma lista com as empresas na bolsa de Lisboa mais afectadas pela subida de "rating" da S&P. Saiba quais são.

Miguel Baltazar
Patrícia Abreu pabreu@negocios.pt 19 de Setembro de 2017 às 07:00

A S&P surpreendeu na última sexta-feira com uma melhoria da avaliação da dívida portuguesa, retirando Portugal de um nível considerado de "lixo", mais de cinco anos depois do país ter sido colocado em nível especulativo nas três grandes agências de "rating". BCP, EDP e REN, Ibersol, Mota-Engil, Nos, Sonae e Sonae Capital são, na opinião do BPI, as acções mais beneficiadas com a decisão da S&P. Saiba porquê.

BCP, menores custos de financiamento e mais-valias potenciais

O banco português é um dos títulos que deverá sentir o efeito positivo da melhoria de "rating" do país. Para o BPI, a instituição liderada por Nuno Amado "deverá ter uma leitura global positiva para a evolução dos custos de financiamento" e para a capacidade dos bancos portugueses financiarem a economia. O banco de investimento refere ainda o impacto positivo na dívida portuguesa que o BCP detém no seu balanço, na medida em que a entidade detém 5,1 mil milhões de euros em obrigações nacionais, sendo que 2,8 mil milhões de euros têm uma duração superior a cinco anos.

"Além disso, a melhoria (de ‘rating’) deve também ter implicações positivas na percepção do mercado em torno do país com o BCP provavelmente a ser um dos veículos para jogar a melhoria do sentimento/outlook para a economia portuguesa", remata o BPI.

EDP e REN à espera de um "rating" mais elevado

Numa segunda fase, a seguir a melhorar a avaliação do país, as agências de "rating" tendem a rever as suas perspectivas para as empresas desse país. E é isso que o BPI considera que o mercado está já a antecipar que aconteça nos casos da EDP e da REN. "Ambas as empresas eram já grau de investimento, mas isto vai aliviar a pressão em torno de uma potencial revisão em baixa do ‘rating’ relacionada com a dívida soberana e aumenta o potencial para melhorias de ‘rating’", explicam os analistas.

Além disso, sendo estas duas empresas altamente alavancadas, podem beneficiar com a redução dos juros. "A REN está apenas a algumas semanas de voltar ao mercado e isto deve favorecer a percepção geral em torno do título", conclui o BPI.

Exposição à economia beneficia Ibersol

A Ibersol é uma das empresas mais expostas à economia doméstica. O BPI refere que a empresa "é altamente exposta ao sector de restauração de fast-food e serviço rápido". O país representa cerca de 70% das suas vendas onde a empresa detém as marcas Burger King, KFC, Pizza Hut, entre outras marcas de franchise.

Mota-Engil de olho em juros mais baixos

A construtora Mota-Engil capta apenas 26% das suas vendas em Portugal. No entanto, o BPI lembra que  as perspectivas para o país têm estado a melhorar "com o grupo a ter conhecimento que alguns projectos com tamanho significativo estão a chegar ao mercado em breve".

Em relação à dívida, o banco de investimento nota que o grupo tem 742 milhões de euros de dívida que vencem cerca de dentro de um ano. Com os juros do país em queda, as empresas nacionais deverão beneficiar com uma redução dos custos de financiamento. Segundo o BPI, o custo médio de dívida da Mota-Engil situou-se em 5,79% face a 5,62% em 2016 devido ao maior peso da dívida em África e na América Latina.

Nos e Sonae à boleia da retoma da procura

Nos casos da Nos e da Sonae, duas empresas com o grosso da actividade em Portugal, a expectativa é que a recuperação da economia nacional se reflicta num crescimento da procura. "A melhoria do sentimento em Portugal deve beneficiar as tendências de consumo e, assim, as perspectivas para o mercado das telecomunicações", refere o BPI.

Já no caso da retalhista, "a maioria das unidades da companhia são negócios relacionados com o consumo e este sentimento melhorado no país deve continuar a alimentar as tendências de consumo no país".

Dinâmica positiva no turismo favorece Sonae Capital

À semelhança da Sonae e da Nos, a Sonae Capital é "quase totalmente exposta a Portugal", com mais de 90% das suas receitas geradas no país, particularmente no sector imobiliário e no turismo. "A companhia deve beneficiar da continuação das dinâmicas positivas nestes sectores para continuar a vender activos imobiliários não core, nomeadamente no Troia Resort.

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