As empresas mineiras atravessam um período difícil, com a quebra dos preços das matérias-primas a forçá-las a reduzir custos, ao mesmo tempo que sofrem quedas acentuadas em bolsa. E as más notícias poderão não ficar por aqui. Os investidores, que aumentaram as apostas na queda da Anglo American para valores inéditos antes de a empresa afundar 12% na última sessão, estão agora a prever a descida das acções da Glencore.

A Anglo American anunciou na última sessão uma reestruturação "radical", adiantando que vai despedir 85 mil funcionários, bem como suspender o pagamento dos dividendos referentes ao primeiro semestre de 2015 e a 2016. Antes deste anúncio, as apostas na queda das acções da companhia tinham disparado para máximos históricos.

Mas os investidores têm um novo alvo. A Glencore. As apostas "curtas" nas acções da mineira suíça subiram para máximos de dois anos, para 5,3% dos títulos, segundo dados do Markit, citados pela Bloomberg.

Estas apostas contrárias surgem um dia antes do encontro de accionistas da Glencore, que decorre esta quinta-feira, 10 de Dezembro. A expectativa é que a empresa discuta como vai atingir o seu plano para cortar a sua dívida em 10 mil milhões de dólares.

A Glencore foi uma das primeiras empresas do sector a anunciar medidas para reduzir custos para lidar com a forte quebra dos preços dos metais. A empresa tem vindo a reduzir a produção e a cortar postos de trabalho, numa tentativa de aumentar a sua rentabilidade.

As mineiras têm enfrentado um ambiente particularmente difícil. Por um lado têm de lidar com a forte quebra dos preços das matérias-primas e, por outro, enfrentam a descida da procura a nível global.

As empresas do sector mineiro europeu seguem em forte queda nos mercados accionistas. As cotadas estão a cair pelo sétimo dia, com a Anglo American a liderar as descidas, ao afundar cerca de 13%.