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Glencore afunda mais de 30% na maior queda diária de sempre
A empresa dedicada à produção de matérias-primas já perde quase 12 mil milhões de euros em bolsa este mês. Um valor em grande parte devido à forte queda registada esta segunda-feira, a maior desde a estreia da Glencore em bolsa. Os analistas apontam que o plano de reestruturação da empresa é insuficiente para fazer face às dificuldades actuais.
A Glencore está em queda livre na bolsa. As acções da empresa cotada em Londres afundam 24,02% para 73,20 pences – o equivalente a 0,732 libras -, tendo chegado a cair um máximo de 31,42% para 66,67 pences. A maior queda diária desde que a Glencore entrou em bolsa em 2001, combinada com o valor mais baixo de sempre, com os títulos a serem pressionados pela perspectiva de que a reestruturação em curso não será suficiente.
A evolução da Glencore tem sido afectada pelas fortes quedas dos preços das matérias-primas. Estas representam o cerne do negócio da empresa que, assim, tem sofrido um forte revés nos últimos meses. Para fazer face a estes desenvolvimentos, o presidente-executivo, Ivan Glasenberg, anunciou há três semanas um plano de redução da dívida. Mas os analistas não o consideram suficiente.
"Na actual conjuntura, a dívida está a tornar-se rapidamente a principal preocupação", escreveram os analistas da Investec, numa nota de análise citada pela Bloomberg. No documento divulgado esta segunda-feira, 28 de Setembro, defendem ainda que "a Glencore poderá ter que aplicar mais reestruturações".
Mas já o Goldman Sachs, na semana passada, havia referido que os recentes passos da Glencore para reduzir a dívida e impulsionar o seu balanço eram inadequados, explica a Bloomberg. Várias têm sido as posições contra a reestruturação da empresa, que só este mês já perde um total de 8,74 mil milhões de libras – cerca de 11,89 mil milhões de euros - em capitalização bolsista. Menos 45% do valor da Glencore, actualmente de 10,65 mil milhões de libras.