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Popular afunda 17% pelo segundo dia seguido

Os receios dos investidores com o futuro do Popular estão a aumentar. As acções chegaram a cair 27% durante a última sessão da semana.

O espanhol Banco Popular sofreu em bolsa ao anunciar um inesperado aumento de capital no valor de 2,5 mil milhões de euros. As acções da entidade financeira perdem 42,34% do valor desde o início do ano.
Bloomberg
02 de Junho de 2017 às 19:20
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Para variar, estava a ser uma sessão relativamente tranquila para as acções ao Popular. Até às 14h00. Faltavam pouco mais de duas horas para o fecho da sessão, a última da semana, quando os títulos do banco espanhol em dificuldades financeiras entraram em queda livre.

 

Atingiram uma queda máxima de 27%, para 36,5 cêntimos, o que corresponde a um novo mínimo histórico. No fecho da sessão aliviaram um pouco, encerrando o dia nos 41,3 cêntimos, menos 17,4% do que na véspera, dia em que já tinham desvalorizado 17,9%.    

 

Contas feitas, o valor de mercado do banco espanhol baixou mais de mil milhões de euros nesta semana e só nas três últimas sessões rodou 20% do capital. Ao mínimo histórico fixado hoje, o mercado está a avaliar o Popular em 1,6 mil milhões de euros, um valor que ilustra a dimensão dos receios dos investidores com o futuro do banco. O banco vale hoje menos de metade do registado no final de 2016.

 

Estes receios aumentaram depois de o Popular ter voltado a adiar o prazo para avaliar as ofertas dos bancos interessados na instituição, o que avolumou as preocupações sobre a qualidade das ofertas que o banco está a receber e sobre se alguma delas irá ser efectivada.

 

O jornal Expansión noticiou ontem que os investidores estão a considerar que o atraso em torno da venda do banco se prende com o facto de não ter sido apresentada qualquer proposta firme, o que põe em causa a sobrevivência da instituição.

 

Nem as mensagens de tranquilidade que o Governo espanhol transmitiu serviram para acalmar os nervos dos investidores, que preferiram ir de fim-de-semana sem acções do Popular nas carteiras.  

 

Íñigo Méndez de Vigo, porta-voz do Executivo de Rajoy, afirmou hoje que o Governo espanho está em "tranquilidade absoluta" perante "qualquer eventualidade" relacionada com o Popular. "Devido às reformas, Espanha tem um sistema financeiro sólido, um dos mais sólidos da Europa, e podemos estar tranquilos perante qualquer eventualidade".

 

Santander, BBVA, Bankia, Sabadell e CaixaBank são os bancos apontados pelos media espanhóis como potenciais interessados no Popular. Um "research" recente do BPI indica que uma fusão do Popular com um rival espanhol pode gerar sinergias que podem alcançar 3,8 mil milhões de euros. De acordo com os cálculos dos especialistas, um processo de consolidação com o Santander ou o BBVA deveria gerar poupanças totais de 4,7 mil milhões de euros, um valor ao qual teria de se subtrair 1,36 mil milhões de euros para custos de reestruturação.

 

Em cima da mesa está também a possibilidade de um aumento de capital num montante que poderá ascender a 4.000 milhões de euros.

 

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