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CEO do Popular reconhece "situação difícil" mas diz que banco "está solvente"
Na mensagem que enviou aos colaboradores do banco, Emilio Saracho diz que estão a ser trabalhadas várias alternativas "por forma a cumprir os requisitos regulatórios impostos pelo BCE".
No final de uma semana negra na bolsa, perante os receios de que o banco venha a ser intervencionado, o CEO do Banco Popular escreveu aos colaboradores do banco, onde reconhece a "situação difícil" e tenta passar uma mensagem de tranquilidade.
Emilio Saracho começa por dizer que "as informações que têm sido publicadas afectam o trabalho e o ânimo" do todos os colaboradores do banco, mas "a nossa obrigação como profissionais passa por nos centrarmos no dia-a-dia e nos clientes".
Na mensagem, citada pelo jornal espanhol Expansíon, o CEO do Popular diz que o banco "está solvente e tem um património líquido positivo", embora admita que o "nosso banco encontra-se numa situação difícil".
Saracho adianta que o Popular está a trabalhar em diferentes alternativas "por forma a cumprir os requisitos regulatórios impostos pelo BCE para o próximo ano", que passam pela venda de activos estratégicos e um operação de venda a outra entidade financeira, através de um provável aumento de capital.
Contudo, o banco adiou por diversas vezes o prazo para escolha das propostas de compra do Popular, gerando especulação de que não haverá uma proposta firme e efectiva. Um receio que provocou fortes quedas das acções do Popular, que desceram mais de 17% na quinta-feira e voltaram a afundar mais de 17% na última sessão. Só nesta semana a capitalização bolsista do Popular baixou mais de mil milhões de euros.
Santander, BBVA, Bankia, Sabadell e CaixaBank são os bancos apontados pelos media espanhóis como potenciais interessados no Popular. Contudo, de acordo com o Cinco Dias, apenas o Santander parece estar verdadeiramente interessado na operação.
No última noite, a Bloomberg noticiou que a administração do Popular solicitou uma reunião com o Banco Central Europeu, que acontecerá na terça-feira, com o propósito de encontrar formas de aumentar a liquidez do banco. Em cima da mesa poderá estar a concessão de empréstimos de emergência, para fazer face à fuga de depósitos que a instituição está a ser alvo.
Na carta aos colaboradores, o CEO do Popular refere que "os nossos clientes e os nosso accionistas são o mais importante para nós, sendo que por essa razão deveremos transmitir uma mensagem de tranquilidade e confiança e que estamos a fazer todos os esforços para superar esta situação".
Íñigo Méndez de Vigo, porta-voz do Executivo de Rajoy, afirmou ontem que o Governo espanhol está em "tranquilidade absoluta" perante "qualquer eventualidade" relacionada com o Popular. "Devido às reformas, Espanha tem um sistema financeiro sólido, um dos mais sólidos da Europa, e podemos estar tranquilos perante qualquer eventualidade".