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Popular afunda quase 20% num só dia

As acções do Banco Popular chegaram a cair quase 20% esta quinta-feira, com um volume acentuado. Os receios em torno de um possível resgate ou aumento de capital significativo estão a deixar os investidores nervosos. O regulador dos mercados afasta o cenário de suspensão das acções: é preciso deixar o mercado funcionar.

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As acções do Banco Popular deslizaram 17,57% para 0,502 euros, tendo chegado a tocar nos 0,491 euros, um valor nunca antes visto. E a queda foi acompanhada por uma elevada liquidez, tendo trocado de mãos 223 milhões de acções, quando a média diária dos últimos seis meses é de pouco mais de 55,4 mil.

Esta é a segunda sessão consecutiva de perdas acentuadas, tendo ontem desvalorizado 6,31%, o que eleva para 45,4% a queda desde o início do ano.

O presidente do regulador de mercados espanhol, Sebastián Albella, rejeitou o cenário de suspensão da negociação das acções do Popular. O responsável admite que a CNMV está a seguir de perto os desenvolvimentos. "O mercado é o mercado e há que deixar que funcione", salientou o responsável citado pelo Cinco Días. É preciso "permitir aos investidores que possam comprar e vender aos preços que a cada momento consideram adequados", explicou Sebastián Albella referindo-se ao mercado em geral.

 

A queda das acções está a ser justificada com os receios dos investidores em torno do futuro do Popular. O jornal Expansión realça que os investidores estão a considerar que o atraso em torno da venda do banco se prende com o facto de não ter sido apresentada qualquer proposta firme, o que põe em causa a sobrevivência da instituição.

 

Santander, BBVA, Bankia, Sabadell e CaixaBank são os bancos apontados pelos media espanhol como potenciais interessados no Popular. O El Confidencial noticia que os interessados no Popular solicitaram mais informação ao banco, nomeadamente como evoluíram os depósitos da instituição nos últimos dias.

Um "research" recente do BPI indica que uma fusão do Popular com um rival espanhol pode gerar sinergias que podem alcançar 3,8 mil milhões de euros. De acordo com os cálculos dos especialistas, um processo de consolidação com o Santander ou o BBVA deveria gerar poupanças totais de 4,7 mil milhões de euros, um valor ao qual teria de se subtrair 1,36 mil milhões de euros para custos de reestruturação. Tudo somado, as sinergias finais seriam de 3,8 mil milhões. Já uma fusão com o Sabadell poderia gerar poupanças de 2,6 mil milhões de euros ou de 2,3 mil milhões, caso o Popular escolha o Bankia.

 

Em cima da mesa está também a possibilidade de um aumento de capital num montante que poderá ascender a 4.000 milhões de euros.

 

O mercado está a incorporar "que um resgate pode ser inevitável", explica à agência de informação americana Carlos Ortega, corretor de acções na Beka Finance. O responsável adianta que o mais provável é que o banco avance para um aumento de capital com as acções a serem vendidas abaixo dos 0,55 euros.

 

Esta quinta-feira, 1 de Junho, o banco liderado por  Emilio Saracho (na foto) anunciou a venda de 48,98% do capital que detinha no Targobank , um banco de capital criado em 2011 em parceria com o Crédit Mutuel, empresa que comprou a participação.  A venda foi realizada por 65 milhões de euros.



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