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Pode uma empresa mexer com o preço das matérias? A Glencore pode

A China fez afundar as cotações das matérias-primas. Quedas acentuadas que traíram um dos maiores produtores mundiais, levando-o a cortar a exploração. E, com a perspectiva de menos oferta, os preços estão novamente a disparar.

Bloomberg
17 de Outubro de 2015 às 16:00
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A Glencore está a atravessar um processo de profunda reestruturação, com a companhia mineira a tentar controlar o elevado grau de endividamento para garantir o regresso à rentabilidade. Um processo doloroso, que envolve muitos desinvestimentos. Mas, o que tem isto a ver com as cotações das matérias-primas? Tudo. É que ao cortar na exploração, a "gigante" por causa da queda dos preços, está a fazer disparar novamente as cotações.

A forte quebra dos preços das matérias-primas, associada ao abrandamento da economia da China, um dos maiores consumidores mundiais de "commodities", determinou uma deterioração da situação financeira da Glencore. Com as cotações da empresa a reflectirem estas perspectivas negativas para a actividade, a companhia suíça decidiu responder lançando um programa para reduzir a sua dívida. Tem anunciado o encerramento de minas, que vão afectar de modo significativo a produção.

E as decisões da gestão estão a determinar o sobe e desce dos preços das matérias-primas, desde o zinco ao cobre, níquel, chumbo e até ao alumínio. Depois de ter diminuído a produção de cobre e carvão, a Glencore anunciou que vai reduzir a produção de zinco em cerca de um terço, levando as cotações deste metal para máximos de dois meses, nos 1.843 dólares por tonelada métrica, depois de ter chegado a escalar um máximo em 26 anos no dia em que a companhia informou o mercado sobre esta medida.

Também o chumbo, que é extraído juntamente com o zinco, tem reagido em alta à perspectiva de menor oferta no mercado. O metal apresenta uma valorização de 7,3% desde 9 de Outubro, data em que a Glencore disse que ia cortar a produção de zinco. Mas o cobre, o níquel e o alumínio também têm vindo a reagir positivamente à expectativa de quebra da produção a nível global.

O níquel é uma das matérias-primas que tem sido sustentada pela especulação que a Glencore vai prosseguir com os seus planos de redução de investimentos. Sobe cerca de 7% desde o início do mês de Outubro, altura em que aceleraram as notícias em torno da reestruturação da empresa. Já o alumínio avança perto de 1%, enquanto o cobre valoriza cerca de 3%.

E o sobe e desce ao sabor das notícias que chegam da Glencore deverá continuar. É que depois de ter adiantado que está a considerar vender duas minas de cobre, a mineira reiterou que prevê aumentar a sua liquidez em mais de 12 mil milhões de dólares com a venda de mais activos e outros negócios. A meta é reduzir o seu endividamento de 31 para 18 mil milhões de dólares.

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