Depois de ter diminuído a produção de cobre e carvão, a Glencore vai reduzir a produção de zinco em cerca de um terço, de acordo com a Bloomberg. Este corte na produção de zinco tem lugar depois de a queda dos preços das matérias-primas ter provocado uma diminuição no valor de mercado da empresa suíça em torno de seis mil milhões de dólares na semana passada.

Ainda no início de Setembro, a empresa produtora de matérias-primas revelou a intenção de vender activos e acções para reduzir a sua dívida de 30 mil milhões de dólares (26,8 mil milhões de euros) em cerca de um terço. No final de Setembro, a Glencore chegou mesmo a registar a maior queda diária de sempre, com os títulos a serem pressionados pela perspectiva de que a reestruturação em curso não era suficiente.

Entretanto, a 5 de Outubro, surgiu a notícia que Glencore estava em conversações para vender a sua divisão agrícola. Uma decisão que se integra num plano da empresa para amortizar a sua dívida. Esta notícia fez as acções dispararem.

Para James Wilson, analista da Morgans Financial, em declarações à Bloomberg, a decisão de cortar na produção de zinco por parte da Glencore pode "ser pioneira numa altura em que há a perspectiva de um excesso de oferta de várias matérias-primas".

"Se querem um preço mais elevado para uma matéria-prima, é necessário criar uma tensão no preço e ter menos produto no mercado. A Glencore está a fazer isso, embora talvez sob coacção, e é algo que outras grandes empresas deveriam pensar", acrescentou.

Segundo a agência de informação, a produção anual de zinco vai encolher em cerca de 500 mil toneladas métricas devido à redução ou suspensão da produção da Glencore em minas na Austrália, Peru e Cazaquistão. Dados do Levantamento Geológico dos Estados Unidos, citados pela Bloomberg, mostram que a produção mundial no ano passado de zinco foi de 13,3 milhões de toneladas.

As acções da Glencore estão a subir 4,68% na bolsa de Londres para 126,30 pences.