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FT: China termina programa de compra de acções em grande escala

A China irá terminar o programa de compra de acções em grande quantidade para recuperar a bolsa e acentuar a investigação e consequente acusação dos responsáveis pela desestabilização do mercado, avança o Financial Times.

31 de Agosto de 2015 às 13:05
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A China terá decidido mudar de estratégia para controlar a queda da bolsa. O Governo chinês optou por reforçar a penalização dos "desestabilizadores de mercado", em detrimento do programa de compra de acções em grande escala, de acordo com fontes seniores governamentais, citadas pelo Financial Times, esta segunda-feira.

Para controlar o colapso na bolsa de Xangai uma "equipa nacional" de instituições e fundos de investimento – a China Securities Finance Corp - actuou no mercado, gastando mais de 200 mil milhões de dólares na compra de acções, nos dois últimos meses. Ainda assim, a bolsa de Xangai recuou mais de 12% em Agosto pelo terceiro mês consecutivo, tendo já apagado os ganhos do ano. Perde 0,89%.

Segundo o Financial Times, o Governo decidiu abandonar esta estratégia e focar-se em encontrar e punir os suspeitos de tirar partido da intervenção do Estado ou que tenham obstruído a tentativa de recuperar o mercado. "Se os nossos próprios cidadãos colaboraram com forças estrangeiras para atacar o ponto fraco do mercado e apostaram contra as medidas governamentais de desestabilização, devem ser suspeitos de atentar contra a segurança financeira nacional e temos que tomar medidas firmes", afirmava um editorial do jornal Securities Daily controlado pelo estado chinês, publicado a semana passada, citado pelo FT.

A última intervenção estatal na bolsa de Xangai foi realizada no final da sessão de quinta-feira, que permitiu uma subida de quase 5% no índice, com o objectivo de criar um ambiente positivo no mercado antes das comemorações do 70º aniversário do fim da Segunda Guerra Mundial. De acordo com os reguladores seniores citados pelo FT, esta situação foi uma "anomalia" e o governo irá evitar novas compras em grande escala.

China intensifica "caça às bruxas"
Em paralelo com a compra de acções que irá agora terminar, a China tem acentuado a investigação a responsáveis por actividades de mercado alegadamente ilícitas, numa "caça às bruxas" na bolsa chinesa. Este fim-de-semana foram detidas seis pessoas, entre as quais quatro executivos da Citic Securities, a maior corretora chinesa. Segundo a agência de informação estatal, os quatro executivos confessaram práticas de "inside trading" (uso de informação privilegiada).


O regulador de mercado revelou que foram entregues à polícia 22 casos de "inside trading", manipulação de mercado e "divulgação de rumores" para investigação, conta o FT. Já foram convocados responsáveis de 19 de empresas de corretagem e de associações industriais. Entre os interrogados encontram-se oito gestores do Citic Securities, dois membros da Comissão Chinesa de Regulação dos Mercados Financeiros e um jornalista de economia da revista Caijing, suspeito de fabricar e disseminar informação falsa. 

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