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Cotadas expostas a Angola perdem 200 milhões em dia de pedido de ajuda ao FMI

As perdas do sector financeiro e da Mota Engil agravaram-se depois de conhecida a vontade de Luanda recorrer ao auxílio do Fundo. Mas acabaram por ser atenuadas no final da sessão. Ainda assim, Lisboa escapou aos ganhos europeus.

Bloomberg
06 de Abril de 2016 às 17:19
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As empresas cotadas com maior exposição ao mercado ou ao capital angolano viram esta quarta-feira o seu valor em bolsa encurtado em 200 milhões de euros na praça portuguesa, horas depois de o Governo de Luanda ter pedido ajuda ao Fundo Monetário Internacional (FMI).


Mais de metade das perdas – 104,9 milhões de euros – veio do BPI, que encerrou a sessão com a maior queda no índice nacional, ao recuar 5,83% para os 1,16 euros por título. O anúncio do recurso de Angola ao FMI surge num momento-chave para o banco liderado por Fernando Ulrich, já que está a quatro dias de terminar o prazo dado pelo BCE para resolver a exposição da instituição a Angola. Durante a negociação caiu um máximo de 6,88%.


Já o BCP - que tem no grupo Sonangol um accionista de referência e atravessa uma fusão com o banco Atlântico naquele mercado – encerrou a sessão a cair 4,08% para os 3,29 cêntimos por papel, recuando 82,6 milhões de euros em valor face ao fecho da sessão de terça-feira. Chegou a perder 5,57% ao longo da sessão. 


A terceira cotada exposta que mais perdeu foi a Mota-Engil, ao ver o seu valor em bolsa encolher 12,1 milhões de euros em relação à última sessão. No fim do dia de negociações, os títulos da construtora (que em 2015 viu o negócio africano cair 20%) acumulavam uma queda de 2,83% para os 1,75 euros, depois de chegarem a cair 5,05%.


As perdas destes títulos contribuíram para que a praça portuguesa acumulasse a quinta sessão negativa seguida, fugindo à tendência de recuperação na Europa.


A impedir um balanço mais negativo para as empresas com relações comerciais ou de capital com Angola esteve o comportamento da Galp – com operações no país -, que encerrou o dia a valorizar 0,47% para 10,62 euros, impulsionada pela recuperação dos preços do barril de petróleo. Bem como a Nos – onde a empresária Isabel dos Santos está presente através da participação na Zopt -, que apreciou 0,62% para 5,84 euros.


Juntas, estas duas empresas reforçaram em cerca de 60 milhões de euros a sua capitalização bolsista nesta sessão, atenuando para os cerca de 140 milhões de euros o balanço negativo das mais expostas àquele mercado africano.

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