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Com a situação na Catalunha sem dar tréguas, Portugal pode ser uma oportunidade de investimento?

A Bloomberg falou com a Invest Iberia que sugere que as tensões políticas em Espanha, devido à questão da Catalunha, estão a fazer com que “muitas empresas pequenas portuguesas que não estavam no radar” estejam “a ser descobertas pelos investidores”.

Bloomberg
10 de Outubro de 2017 às 08:25
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O referendo na Catalunha foi no passado dia 1 de Outubro. Madrid considerou-o ilegal mas os catalães conseguiram mesmo ir às urnas. Com uma participação superior a dois milhões de eleitores, 90% dos boletins validados eram a favor de uma Catalunha independente.

A tensão política entre a Catalunha e as autoridades de Madrid têm vindo a crescer. Várias empresas, incluindo bancos, vão deixar de ter a sua sede na Catalunha, tendo inclusivamente o governo de Mariano Rajoy aprovado uma norma que permite mais facilmente às empresas saírem daquela região. Esta terça-feira, Carles Puigdemont, presidente do Governo regional, vai estar no parlamento local onde poderá declarar a independência da Catalunha.

Este clima de tensão em Espanha pode desviar as atenções dos investidores para Portugal. As acções portuguesas, escreve a Bloomberg num artigo precisamente sobre se Espanha é actualmente demasiado arriscada e Portugal uma oportunidade de investimento, estão a brilhar desde que as agências de rating melhoraram as perspectivas para Portugal.

Em Setembro, a agência Standard and Poor’s subiu a classificação de Portugal para grau de investimento, deixando de ser "lixo". A Moody’s e a Fitch mantêm Portugal em "lixo", mas com uma perspectiva positiva, indiciando a possibilidade de uma subida do rating.

"Se olharmos à volta, as acções portuguesas oferecem um 'investment case' muito forte", disse em entrevista à Bloomberg Paulo Monteiro, do fundo Invest Iberia, fundo que tem vindo a reduzir o seu investimento no mercado espanhol. "Muitas empresas pequenas portuguesas que não estavam no radar estão agora a ser descobertas pelos investidores que vêem uma oportunidade de investir no país", acrescentou o gestor do fundo do Banco Invest.

Paulo Monteiro acredita que o bom momento económico que o país atravessa (a economia deve crescer 2,5% de acordo com as estimativas do Banco de Portugal) deve continuar a suportar a evolução das acções nacionais.

Desde o início do ano até 9 de Outubro, o índice português PSI-20 acumulava um ganho de 15,65%, o que é um dos melhores desempenhos entre as principais congéneres europeias. O espanhol IBEX 35 sobe 9,451%, abaixo do índice nacional mas acima do ganho acumulado pelo índice de referência, o Stoxx 600 (+7,966%).

Em Lisboa, a Mota-Engil (+104,04%), a Pharol (+87,92%) e a Novabase (+46,14%) são as cotadas que apresentam as maiores valorizações desde o início do ano, e que contribuem para a subida superior a 15% do índice.

À Bloomberg, Marta Brito e Cunha, trader do banco BPI, adiantou que "a subida do rating de Portugal e uma economia mais forte tem estado a impulsionar as acções em vários sectores em Portugal".

"O mercado accionista em Portugal pode estar também a beneficiar de um ambiente político estável numa altura em que as tensões políticas sobem em Espanha", acrescentou.

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