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Sindicatos da Carris a favor da municipalização abandonam reunião com o PCP

Uma comitiva composta por elementos do Sindicato dos Trabalhadores dos Transportes, pela Comissão de Trabalhadores da Carris e por outras duas estruturas abandonou uma reunião com o PCP ao início da tarde. Os sindicalistas recusaram reunir-se com as estruturas afectas à CGTP.

Miguel Baltazar/Negócios
02 de Fevereiro de 2017 às 16:10
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Os sindicatos da Carris que são a favor da municipalização da empresa, bem como a respectiva Comissão de Trabalhadores (igualmente favorável à gestão do município) tinham uma reunião marcada com o PCP na Assembleia da República para as 14:00 desta quinta-feira, mas abandonaram o encontro antes mesmo de ele começar. A informação foi avançada pelo Expresso e confirmada pelo Negócios.

"Não chegámos sequer a reunir. O PCP queria transformar esta reunião numa auscultação aos trabalhadores da Carris, mas devia tê-la feito antes de pedir a apreciação parlamentar" da municipalização da empresa, justifica ao Negócios Sérgio Monte, secretário-geral do Sindicato dos Trabalhadores dos Transpores (SITRA), afecto à UGT e o mais representativo na Carris.

 

A comitiva, composta pelo SITRA, pela Comissão de Trabalhadores, pela Associação Sindical dos Trabalhadores de Tráfego da Carris e pelo Sindicato Nacional dos Motoristas, também não gostou de encontrar na reunião os sindicatos afectos à CGTP, que defendem que a Carris volte à esfera do Estado. "Nós tínhamos pedido uma reunião com o PCP e quando lá chegámos estavam outros sindicatos", queixa-se Sérgio Monte.

 

A reunião tinha sido pedida por esta comitiva de sindicatos e trabalhadores, que ficou "preocupada" quando o PCP pediu a apreciação parlamentar da municipalização da Carris. "Ficámos apreensivos, se fosse aprovada a cessação de vigência [do decreto-lei do Governo] a municipalização poderia ser revertida e os trabalhadores ficavam numa situação periclitante", explica Sérgio Monte. Entretanto, o PCP já anunciou que não pedirá a cessação de vigência, mas vai propor que a empresa regresse à esfera do Estado.

PCP garante que tinha sido comunicada presença de estruturas da CGTP

Num comunicado enviado às redacções pela UGT, as quatro organizações representativas dos trabalhadores (ORT) que se deslocaram ao Parlamento explicam que a reunião não se realizou por estar "fora do âmbito do seu pedido". As quatro estruturas que defendem a municipalização dos transportes garantem ter sido "surpreendidas com a presença de outras organizações não subscritoras do pedido de reunião" e pela "tentativa do PCP querer transformar esta reunião numa espécie de acareação entre as ORT’s relativamente a esta apreciação parlamentar".

À Lusa, o deputado do PCP Bruno Dias garantiu que as quatro estruturas que abandonaram a reunião tinham sido informadas que estariam presentes outros sindicatos.

A propriedade e a gestão da Carris passaram ontem, 1 de Fevereiro, para a Câmara Municipal de Lisboa. A apreciação parlamentar pedida pelo PCP será discutida no Parlamento no dia 24 de Fevereiro e o PS já se mostrou disponível para permitir uma maior participação dos municípios vizinhos de Lisboa na gestão da empresa.

 

Na reunião ficaram apenas os sindicatos afectos à CGTP, entre eles a Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (Fectrans). À saída, e à Lusa, José Manuel Oliveira, coordenador nacional da Fectrans, aplaudiu a posição assumida pelo PCP, que não vai suscitar a cessação de vigência dos diplomas.

Sérgio Monte diz que o PCP demonstrou disponibilidade para agendar um novo encontro.


Notícia actualizada às 17:53 com o comunicado da UGT e as declarações do PCP e da Fectrans

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