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O polémico projecto da Segunda Circular entre debates e discussões

Eis os dez quilómetros mais polémicos de Portugal. Lisboa quer mudar o rosto da sua via mais congestionada. Mais árvores, menor velocidade, menos ruído. Antes, críticas e debates para enfrentar.

25 de Janeiro de 2016 às 12:28
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Janeiro de 2016. A Câmara Municipal de Lisboa (CML) anuncia um projecto de remodelação da Segunda Circular por 10 milhões de euros. Apresentada como uma prioridade para a capital, a intenção acabaria por gerar uma chuva de críticas e elogios.

É mesmo para avançar, garante a autarquia, esperando que as obras estejam concluídas até 2017. As mesmas decorrerão à noite durante 11 meses, para evitar transtornos maiores. Não há garantia de que o projecto avance tal e qual como Fernando Medina e a sua equipa o pensaram. 

Os pontos de mudança O que prevê o projecto da Segunda Circular?
1)      Separador central arborizado com 3,5 metros de largura
2)      Vias mais estreitas, com 3,25 metros de largura
3)      Redução da velocidade média de 80 para 60 quilómetros por hora
4)      Via da direita, com cor diferente de betão, destinada aos movimentos de entrada e saída
5)      Reformulação dos nós de ligação ao IC19 e à A1
6)      Repavimentação
7)      Substituição do sistema de iluminação
8)      Instalação de barreiras acústicas

O projecto de "intervenção profunda" na Segunda Circular esteve em consulta pública este mês. Esta segunda-feira, 25 de Janeiro, é alvo de um debate na Ordem dos Engenheiros, onde estará presente o vereador municipal com o pelouro do urbanismo, Manuel Salgado. A 1 de Fevereiro, será discutido em Assembleia Municipal, segundo noticiou o Público.

cotacao O primeiro objectivo é melhorar a segurança e a fluidez do tráfego, o segundo é a redução da poluição e o terceiro é a redução do ruído. fernando medina Presidente da CML aquando da apresentação do projecto da Segunda Circular

Uma das grandes vontades é transferir tráfego da Segunda Circular para a CRIL (Circular Regional Interior de Lisboa). Ao longo dos dez quilómetros da primeira, passam diariamente 110 mil carros.

Engenheiros, arquitectos e paisagistas tendem a concordar com estas mudanças. Mas os benefícios do projecto estão longe de reunir unanimidade. PSD e CDS na autarquia vão votar contra.


Fernando Nunes da Silva, especialista em transportes e antigo vereador da CML, chegou mesmo a classificar a intenção de "operação de cosmética", que ignora os reais problemas de trânsito na cidade. O Automóvel Club de Portugal (ACP) admite mesmo avançar para tribunal.

Mudanças em terra, dúvidas no ar

A plantação de 7.500 árvores em zonas envolventes a esta via, a que se juntam outras 500 no corredor central, tem sido um dos aspectos mais contestados. Pela eliminação de uma faixa – diminuindo a velocidade, embora Medina garanta que ela aumenta nas horas de ponta - e pelos riscos para a segurança aérea.

O Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves (GPIAA) alertou mesmo para a quantidade de pássaros que poderiam ser atraídos pelas novas árvores, numa área de forte movimento no acesso ao aeroporto de Lisboa.

A Associação dos Pilotos Portugueses de Linha Aérea (APLLA) revelou-se "atónita" por a CML não ter ouvido as entidades aeronáuticas. A autarquia respondeu, garantindo que as alterações não vão afectar o tráfego aéreo.

 

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