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Segunda circular poderá ter limite de velocidade bi-horário
A Assembleia Municipal reúne na quarta-feira para discutir e aprovar um relatório com recomendações sobre o projecto de requalificação da 2ª circular. Uma delas sugere que se sensibilize o Governo a acabar ou baixar as portagens na CREL.
A Assembleia Municipal vai apreciar na quarta-feira o relatório final do debate sobre o projecto para a 2ª circular, em Lisboa, que se realizou no início do mês. O "draft" do documento, divulgado no site, deixa mais de 30 recomendações ao executivo da Câmara. Algumas prometem dar que falar.
Uma das recomendações deixada no relatório passa por "definir um limite de velocidade bi-horário", isto é, de dia a velocidade máxima ser mais reduzida e à noite mais alargada. Ainda neste âmbito, fica a proposta de "prever uma sinalização dinâmica e um controle de velocidade consoante os volumes de tráfego e em vários pontos, e não apenas em 3 pontos nos 10 km de extensão" da via. O vereador Manuel Salgado já prometeu uma "bateria de radares".
Outra proposta deixada pelos relatores, Diogo Moura e Helena Roseta, é a introdução de faixas para transportes públicos, veículos de emergência e até para veículos eléctricos ou híbridos. "Dado o aumento previsível de utentes do aeroporto e a necessidade de facilitar a circulação de veículos de emergência", propõe-se admitir "a futura criação de faixas Bus para transportes colectivos, de acordo com as condições de cada troço, a implementar de forma progressiva". Bem como "ponderar a prioridade em termos de circulação para veículos eléctricos, híbridos e a gás".
O relatório, elaborado a partir dos contributos das forças políticas representadas na Câmara, de um conjunto de 10 entidades convidadas, e dos cidadãos e entidades que se inscreveram, defende também que se preveja "no projecto a futura inclusão de uma ciclovia, apostando na mobilidade sustentável". Uma hipótese já admitida pelo executivo camarário.
Arbustos em vez de árvores
Um dos pontos polémicos do projecto, que foi apresentado no já referido debate pelo vereador Manuel Salgado, passa por plantar árvores no separador central e na envolvente da segunda circular. Sobre este ponto, o relatório sugere "manter o separador central com rails e com arbustos, em vez de árvores de folha caduca ou com bagas que tornam o piso mais perigoso, de modo a proteger o trânsito, garantindo um sistema de retenção de veículos, e a desincentivar ao mesmo tempo o atravessamento de peões".
A preocupação quanto a um aumento da presença de aves e o perigo que podem representar para a aviação aérea na zona do Aeroporto de Lisboa justifica o apelo de "não agravar as condições do risco de bird strike, reforçando os níveis de controle da avifauna, não apenas nos cones de aterragem, mas também na envolvente do aeroporto".
Acabar com as portagens na CREL
Outra preocupação manifestada no relatório prende-se com a necessidade de desviar tráfego da segunda circular. A esse propósito, fica a recomendação para que a Câmara pressione o Governo para a execução de três obras fundamentais para retirar o trânsito desta via: ligação da A5 ao Eixo Norte-Sul, ligação do IC19 à CRIL em Pina Manique e ligação da A1 à CRIL no Prior Velho".
A pressão não fica por aqui. "Há necessidade de desviar o trânsito que atravessa a cidade de Lisboa para fora, pelo que a Câmara devia sensibilizar o Governo para não haver portagem na CREL, ou então ter preço reduzido nas horas de maior tráfego".
O relatório pede ainda que a Câmara sensibilize o Governo "para a introdução de um transporte público colectivo, por exemplo, eléctrico rápido ou metro de superfície, ligando interfaces de transportes, eventualmente do aeroporto até à estação da CP de Benfica, podendo ser prolongado até Algés".
As conclusões e recomendações do Relatório, caso sejam aprovadas, "deverão ser tidas em conta pela Câmara antes da aprovação pelo executivo do projecto de intervenção na 2ª circular".