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Medina: "Velocidade média na 2.ª circular vai aumentar para os 50 Km/h em hora de ponta"

Fernando Medina desvaloriza as críticas à obra que a Câmara de Lisboa quer fazer na 2ª Circular e garante que a via vai ficar mais segura e com menos acidentes. E que, apesar de o limite de velocidade baixar de 80 para 60 quilómetros/hora, fazer esta a via será muito mais rápido.

Filomena Lança filomenalanca@negocios.pt 12 de Janeiro de 2016 às 11:19

"Há estudos sobre a 2.ª Circular há muitos anos. O debate da humanização da 2ª Circular e o reforço do seu carácter urbano é tudo menos um debate novo. A diferença é que nós decidimos avançar com a obra. E quando se avança, há sempre vozes críticas. E vozes de apoio ao projecto", afirmou esta manhã o presidente da Câmara de Lisboa aos microfones da rádio TSF, desvalorizando a polémica dos últimos dias em torno da obra de requalificação daquela via que a autarquia pretende levar a cabo.

 

Fernando Medina, que participa no programa Fórum TSF, esclareceu que os principais objectivos são a melhoria e a "humanização" da via, aumentando a sua segurança e melhorando o tráfego. A ideia, afirma, é que a velocidade média de circulação da via possa até aumentar, reduzindo-se substancialmente os casos de pára-arranca e entupimentos de trânsito.

 

Depois da obra concluída, a velocidade máxima autorizada vai baixar dos actuais 80 para os 60 quilómetros por hora. Actualmente, explica Fernando Mediana, "com o pára-arranca e os acidentes, temos grandes oscilações, às vezes acima dos 80, muitas vezes a zero", sendo que a velocidade média de atravessamento é de 45,7 quilómetros/hora.

 

"Com estas medidas, conseguimos ter velocidades muito mais constantes ao longo de todo o trajecto. Deixaremos de ter 120, mas também os zero. E conseguiremos que a velocidade média de atravessamento em hora de ponta aumente para os 50 quilómetros/hora em hora de ponta".

 

E fora das horas de ponta? Faz sentido uma via de grande qualidade a 60? " Não é por a via ser de melhor qualidade e estar melhor asfaltada, que se deve permitir qualquer velocidade. Também não iríamos transformar a Avenida da Liberdade numa auto-estrada por estar bem pavimentada", respondeu Medina aos ouvintes da TSF.

 

Segundo o autarca, o que está em causa "é uma mudança de fundo da cidade". Nos anos 80 a 2.ª Circular "era uma via de distribuição, pouca habitação havia para Norte. Agora passou a ser uma via muito mais interna e esse carácter mais urbano ficou atribuído com a conclusão das obras da CRIL. Concluídas estas obras, é altura de avançar para a 2ª Circular".

 

"Temos inúmeros estudos, indicadores sobre a qualidade de vida nas vizinhanças da 2.ª circular e números de sinistros e esta é a via com mais acidentes - 6.900 em três anos e morreram 55 pessoas e 250 feridos graves", frisou Medina, acrescentando que tem também "excesso de ruído, muito acima do que é permitido, por exemplo, para bares", além de que, "a seguir ao aeroporto, é a via que mais contribui para a poluição na cidade".

 

A 2.ª circular vai manter as três faixas e introduz-se um corredor central com árvores e uma separação entre os dois sentidos, "dando também um contributo ambiental". A proposta "melhora a pavimentação, a sinalização, corrige a geometria das entradas e saídas, melhora a iluminação pública e tenta colocar o tráfego de pesados na faixa da direita para haver mais segurança e estabilidade".

"Consegue-se uma melhoria significativa na fluidez do trânsito e teremos uma via mais segura e com menos acidentes", conclui.

A requalificação da 2.ª circular está em discussão pública até sexta-feira e tem sido alvo de algumas críticas de cidadãos e da oposição na autarquia. Medina diz que admite alargar o período de consulta pública, "se julgar necessário", mas acrescenta que, até ao momento não vê razões para isso. 

O projecto final poderá incorporar "os contributos úteis resultantes da consulta publica de melhoria do projecto", mas "não admitimos desistir do projecto", assegura o autarca. "É um objectivo antigo, que tem vindo a ser afinado, e este período de consulta publica só tem reforçado a minha convicção de que estamos perante um bom projecto. Este projecto vai avançar."

(notícia actualizada às 11:45 com mais declarações de Fernando Medina)




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