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Medina diz que apreciação do PCP sobre Carris é "só um debate"

O presidente da Câmara de Lisboa considerou hoje que a apreciação parlamentar do diploma que transfere a Carris para o município, requerida pelo PCP, é "só um debate, um diálogo", que será travado com confiança e convergência entre parceiros.

O presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Fernando Medina, lamentou 'com profunda tristeza' a morte do antigo Presidente da República Mário Soares, 'o pai da Democracia' em Portugal, cujo legado deve ser protegido. Em declarações à Lusa, Fernando Medina referiu ter recebido 'com profunda tristeza' a notícia da morte de 'uma das figuras maiores da História e das últimas décadas da vida' de Portugal. Para o autarca socialista, o que os portugueses devem a Mário Soares 'não é fácil de enumerar'. 'Mário Soares lutou pela Democracia, pela Liberdade, esteve preso, esteve exilado, bateu-se para que Portugal fosse um estado democrático e que aderisse às comunidades económicas europeias', destacou.
Fernando Medina salientou que Soares 'não esteve sozinho, teve ao seu lado dezenas, centenas, milhares de resistentes antifascistas, de portugueses, de patriotas, que defenderam e construíram a Democracia ao seu lado depois do 25 de Abril', mas, 'é figura cimeira, a figura de referência, o pai da Democracia' em Portugal.
O presidente da Câmara de Lisboa considera que 'nenhuma homenagem será suficiente para honrar aquilo que Mário Soares deixa'. No entanto, 'há algo que as novas gerações, que tiveram a felicidade de nascer, de crescer, de viver sempre na Democracia, por quem ele tanto se bateu', podem fazer: 'prosseguir a luta pelo seu legado, o legado da Liberdade, da Democracia, da Justiça, do Desenvolvimento, da Tolerância'.
'São esses valores muito importantes, muito marcantes, muito fortes que são o seu fundamental legado e que nos caberá agora a todos saber proteger', disse.
30 de Janeiro de 2017 às 19:58
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"Estou profundamente convicto de que esta é a melhor solução. É a solução que está em vigor e que irá estar em vigor no resto do país: os municípios deterem a gestão dos sistemas de transporte rodoviário. Há naturalmente um diálogo a ter e que deve ser tido com normalidade e tranquilidade e também com um aspecto: com a confiança entre parceiros que também tiveram uma batalha em comum pela defesa do transporte público", disse Fernando Medina.

 

O autarca destacou a "convergência" com o PCP em relação ao fundamental: o transporte público e o seu desenvolvimento. "Ninguém entenderia, aliás, que quem se bateu tanto pela defesa do transporte público depois não se entendesse sobre a forma da concretização desse direito ao transporte público. Por isso, aguardo com toda a serenidade o desenvolvimento desse diálogo entre partidos, agora fora da esfera da Câmara", frisou o autarca.

 

Para Fernando Medina, que falava aos jornalistas à margem da inauguração de um mural de homenagem ao arquitecto Nuno Teotónio Pereira, na freguesia de Alvalade, a apreciação parlamentar "é só um debate, um diálogo que se irá travar com normalidade, com serenidade e com a compreensão sempre mútua de que há uma convergência sobre um aspecto de fundo que é o transporte público".

 

O PCP reiterou hoje que ainda vai decidir, até ao debate da apreciação parlamentar que requereu à municipalização da Carris, se apresenta propostas de alteração ou avança para a eliminação do diploma do Governo socialista.

 

"Acho que com toda a naturalidade, com toda a serenidade, poderá ser feito o debate relativamente ao decreto, à forma, até precisar e explicitar melhor algumas opções do decreto, que são, aliás, opções gerais no país, como o facto de os sistemas serem municipalizados, como é o que acontece na generalidade do país e vai acontecer até 2019 em todo o país. E, por isso, encaro com tranquilidade e serenidade esse pedido", sublinhou Fernando Medina.

 

O presidente do município de Lisboa "não crê" que esta iniciativa do PCP venha a representar para o Governo uma situação idêntica à da TSU, e recorda que, relativamente ao transporte público, há, "desde há muito tempo", uma convergência na cidade de Lisboa dos partidos à esquerda, a qual permitiu "travar a concessão" da empresa a privados, o que iria trazer "grave prejuízo" do transporte e do serviço público às populações.

 

"A convergência na ideia de que devemos ter mais transporte público, mais acessível a todos, mais alargado e o transporte público como espinha dorsal do sistema de mobilidade. E isso é um ponto importante de opinião comum que uniu o Partido Socialista, o Partido Comunista, o Bloco de Esquerda, outras forças progressistas na cidade, e creio que essa é a base fundamental de tudo que não deixará de estar sempre presente em todos os momentos e em todas as avaliações", vincou Medina.

 

O autarca de Lisboa acrescentou que "não confunde" a convergência no fundamental com o PCP - o transporte público, o seu desenvolvimento e o seu alargamento no futuro - com aquilo que classificou de diferenças relativamente a aspectos de "segunda ordem" sobre esta matéria.

 

O presidente da Câmara de Lisboa salientou que na quarta-feira a gestão da Carris passará para o município.

 

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