Notícia
Comissão de trabalhadores da TAP acusa Governo de "chantagenzinha"
A comissão de trabalhadores da companhia aérea recusa o cenário de que sem privatização haverá uma reestruturação. Reclama ainda a paragem da venda da empresa e que o Governo deixe de ser um elemento desestabilizador.
- 6
- ...
A comissão de trabalhadores (CT) da TAP considera que a ameaça de reestruturação da companhia aérea, de que o Governo tem falado caso não consiga privatizar a empresa, "é em parte uma chantagenzinha". Em comunicado, a entidade aponta que "os únicos e criminosos objectivos do governo são a criação de oportunidades de negócio aos amigos e, servir os interesses daquilo a que se chama o grande capital".
"Está hoje em curso uma campanha mediática estridente contra a TAP, assente em falsas premissas, que procura apresentar a situação da TAP como insustentável e a privatização como única alternativa", sublinha a CT, para quem "é falso que a TAP esteja numa situação insustentável".
Isto, explica, porque a empresa tem um passivo de 1,06 mil milhões de euros," de longe inferior aos activos da própria empresa"; tem um capital próprio negativo porque "o accionista Estado apenas dela tem retirado dividendos sem nunca recapitalizar a empresa"; e porque "os resultados das empresas do grupo são, no essencial, positivos em 2014, com a excepção crónica, da Manutenção Brasil, para onde continuam a ser drenados os recursos da empresa". Para a CT da TAP, "é falso que a única alternativa a privatizar seja a insolvência ou a reestruturação".
Defendendo uma "TAP pública", a entidade garante que tem vindo a falar de "alternativas simples", desde a negociação com o Governo do Brasil "para a libertação da TAP do problema ex-VEM", ou "colocar a Caixa Geral de Depósitos a financiar a TAP, substituindo o Deustche Bank".
"A verdade é que a empresa está a ser brutalmente desestabilizada pelo próprio Governo e pelo processo de privatização", acusa a CT no mesmo comunicado, considerando que a empresa "está há quatro anos num permanente striptease face aos seus concorrentes" e que "continua a sofrer restrições à sua gestão".
"O que verdadeiramente desestabilizou o ano de 2014, prejudicou o nome da empresa e afectou os seus resultados, foi a forma desastrosa como a Administração e o Governo trataram a operação do Verão de 2014", acusa, reclamando "a travagem definitiva das tentativas de privatizar a TAP, que a tutela deixe de ser um elemento desestabilizador, e que, pelo contrário, um conjunto de políticas públicas sejam desenvolvidas para potenciar o papel" da companhia.