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Barraqueiro já está aos comandos do Metro do Porto
O grupo liderado por Humberto Pedrosa já começou a operar o sistema que serve sete concelhos e transportou 60 milhões de passageiros em 2017. A "luz verde" do Tribunal de Contas ao contrato chegou no início de Março.
O Metro do Porto iniciou a operação com o grupo Barraqueiro no domingo de Páscoa, 1 de Abril, na sequência de um contrato de subconcessão por sete anos no valor de 204,3 milhões de euros, 7,5% inferior ao preço de referência fixado para o concurso em que superou a proposta apresentada pela Mota-Engil.
Ao Negócios, fonte oficial da Metro do Porto e do Tribunal de Contas (TdC) confirmaram que o visto do TdC foi dado a 7 de Março. Poucos dias antes, o presidente da Metro do Porto, Jorge Delgado, mostrava-se "convencido que a 1 de Abril [haveria] condições para iniciar a operação com o novo operador", não antevendo "nenhuma dificuldade" com as duas levas de perguntas feitas pelo TdC, que classificou como "interacções normais".
O início da subconcessão para a operação e manutenção do Metro do Porto para o período 2018 - 2025 vai ser assinalado formalmente esta quarta-feira, 4 de Abril, na cidade Invicta. A cerimónia agendada para a estação Campo 24 de Agosto conta com as presenças do ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes, do secretário de Estado Adjunto e do Ambiente, José Mendes, e da administração da transportadora.
O grupo presidido por Humberto Pedrosa, que já liderava o consórcio ViaPorto – responsável pelo sistema de metro desde 2010 –, fica até Março de 2025 com a operação e manutenção da rede, que serve sete concelhos e movimentou 60,6 milhões de passageiros em 2017. Composta actualmente por seis linhas e 82 estações, tem já garantida a expansão com duas novas ligações: a Linha Rosa, entre a Casa da Música e S. Bento, e a expansão da Linha Amarela até Vila d´Este (Vila Nova de Gaia).
Confrontado com as declarações do líder da Barraqueiro, que dissera que com a proposta apresentada ficaram "debaixo de água", Jorge Delgado respondeu no final de Fevereiro que a Metro do Porto "não [sabe] nem [tem] de saber quais são as margens que estão incorporadas no trabalho do operador". "Não sei a quantos centímetros estava a cabeça fora da água, mas parto do pressuposto que estão com a cabeça fora de água, se não não tinham apresentado proposta", acrescentou.
Por resolver continua o diferendo com a Transdev relativo à anulação do anterior contrato de subconcessão pelo prazo de dez anos, que tinha sido assinado durante o Governo de Passos Coelho com recurso a um ajuste directo e que acabou revertido pelo Executivo de António Costa. Os franceses avançaram na Justiça com um pedido de indemnização, reclamando quase 11 milhões de euros, num processo que continua a decorrer em sede de tribunal arbitral.