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TAP abre programa de rescisões e recruta 200

"Não haverá despedimentos. O programa prevê rescisões por mútuo acordo, apoiadas por um pacote financeiro e de benefícios", refere um comunicado da transportadora.

Miguel Baltazar/Negócios
24 de Fevereiro de 2017 às 14:44
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A TAP vai avançar com uma reorganização das estruturas, chamando a Portugal funções espalhadas pelas representações internacionais, avançando com a abertura de um programa de rescisões, mas criando também cerca de 200 novos postos de trabalho.

"A TAP vai dar início a um programa de redesenho da sua estrutura organizacional com o objectivo de obter ganhos de eficiência e agilidade, reforçando as áreas onde a companhia precisa de maior crescimento e ajustando a sua dimensão, sobretudo em funções de suporte ao negócio", adianta a empresa em comunicado.

Para realizar esses ajustamentos, a TAP vai investir num programa de rescisões por mútuo acordo, acrescenta.

Dentro desta reestruturação, está prevista também, segundo a companhia, "a centralização em Portugal de funções dispersas pelas representações internacionais da companhia, no âmbito da qual estão a ser criados 60 novos postos de trabalho em Lisboa" a que se juntam outros cerca de 140, cujos concursos já estão abertos.

"A TAP investiu muito no último ano na renovação do seu serviço e produto, tendo aumentado em 26% o número de passageiros transportados nos últimos três meses, além de ter recuperado a sua quota de mercado. Mas, apesar de todas estas vitórias comuns, a empresa enfrenta ainda um grande desafio: ganhar eficiência e agilidade para competir num mercado cada vez mais agressivo. Estamos a fazer contratações onde elas são necessárias e, em simultâneo, a promover um melhor alinhamento das competências com as necessidades do negócio", afirma o presidente executivo, Fernando Pinto, em comunicado.

"Não haverá despedimentos. O programa prevê rescisões por mútuo acordo, apoiadas por um pacote financeiro e de benefícios", reforça o responsável.

Alguns grupos profissionais não serão alvo deste programa, nomeadamente aqueles para os quais estão a recrutar. "Estão a decorrer concursos para cerca de 200 novas admissões para funções nos sectores da empresa em maior crescimento, como por exemplo: pilotos, comissários/assistentes de bordo, mecânicos e colaboradores directamente ligados ao serviço ao passageiro", recordam.

"Estamos a investir onde é mais necessário. E isso inclui aviões, pessoas e o redimensionamento da estrutura da empresa. Estamos a criar emprego, num processo de contratação de quadros especializados e a apostar em centralização de funções vindas do estrangeiro. Prosseguimos num abrangente programa de formação e qualificação dos nossos quadros", afirma Fernando Pinto, para quem "a TAP vai ser uma empresa mais ágil, competitiva e orientada para o cliente e para os resultados".

A TAP transportou 11,7 milhões de passageiros em 2016, mais 3,5% do que em 2015, com destaque para o aumento nas rotas para os Estados Unidos, que cresceram 65%. Dezembro foi o melhor mês de sempre da companhia, que transportou quase 990 mil passageiros (mais 26% do que em 2015).

Quanto aos resultados financeiros de 2016, estes ainda não são conhecidos, no entanto, Fernando Pinto disse, em 06 de Dezembro, que tinha "esperança" de que a companhia aérea pudesse fechar o ano com lucro, embora esta meta estivesse dependente do desempenho de Dezembro.

Em 23 de Dezembro, a Autoridade Nacional da Aviação Civil (ANAC) anunciou ter dado 'luz verde' à venda de 61% do capital da TAP ao consórcio privado Atlantic Gateway, de Humberto Pedrosa e David Neeleman, negócio concretizado pelo anterior governo e revertido pelo actual.

Esta deliberação refere-se ao processo de aquisição de uma participação maioritária no capital social do grupo TAP, pelo governo de Passos Coelho, em 26 de Novembro de 2015, cuja instrução, segundo a ANAC, "apenas foi concluída com o suprimento de todos os elementos necessários e requeridos pela ANAC, em Outubro de 2016", no qual o consórcio teve que provar que era o empresário português Humberto Pedrosa quem tinha a maioria do capital e o controlo efectivo do consórcio privado.

Mas, entretanto, em Fevereiro de 2016, a estrutura accionista da TAP sofreu mais uma mudança, cumprindo-se uma promessa eleitoral do Governo socialista que reforçou a posição do Estado de 39% para 50%, mas o processo relativo a este reequilíbrio de forças no capital da TAP ainda não deu entrada na ANAC, o que só acontecerá depois da renegociação da dívida com a banca.

O consórcio privado fica com 45% do capital do grupo que tem como principal activo a transportadora aérea, mas pode chegar aos 50%, em função da adesão dos trabalhadores da TAP à operação de venda de 5% que lhes está destinada. Processo ainda por definir.
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