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Airbus volta a cortar produção do A380
A decisão de reduzir as metas de entrega de aviões pela segunda vez num ano não foi justificada. Mas as companhias aéreas estão cada vez menos interessadas em grandes aparelhos enquanto os clientes procuram menos serviços "premium".
A redução da procura por parte de clientes e as dificuldades de escoamento levaram o fabricante aeronáutico europeu Airbus a anunciar um novo corte na produção do A380, o seu modelo comercial de maiores dimensões.
Aquando do primeiro corte, em Julho, os planos da companhia francesa para o próximo ano passavam pela produção de 20 aviões, abaixo dos 27 fabricados no ano passado, e de outros 12 aparelhos a partir de 2018.
A alteração, segundo o Wall Street Journal, resulta de um acordo entre a aeronáutica, a Emirates Airline (o maior comprador dos A380), e a Rolls-Royce, que fabrica os motores. Mas a razão para o corte na produção não foi revelada.
Os modelos de grande dimensão dos maiores fabricantes do mundo têm-se deparado com desafios nos últimos anos. À redução de interesse por parte das companhias aéreas - que procuram agora modelos mais pequenos, com menor consumo de combustível - acresceu ainda o corte na produção do concorrente da Boeing, o jumbo 747-8, sintoma igualmente da falta de procura.
A entrega das encomendas à Emirates tem sofrido ligeiros atrasos devido a preocupações com problemas técnicos com os motores fornecidos pela Rolls-Royce, que já terão sido entretanto resolvidos. Por outro lado, a quebra na procura de serviços premium e o reflexo da queda dos preços do petróleo no valor dos bilhetes têm levado a companhia a abrandar a integração de novos aparelhos.
O jornal recorda ainda que, no início deste ano, outros clientes retiraram aparelhos da sua lista de encomendas. A Air Austral cancelou o pedido de dois aviões ao fabricante; a Malaysia Airlines, detentora de seis A380, já anunciou que iria deixar de voar com o superjumbo dentro de cerca de dois anos; a Qantas Airways não vai adquirir mais nenhum avião do modelo de dois andares e a Singapore Airlines não quer renovar o contrato de leasing do primeiro aparelho recebido na sua frota.
No início do ano, a Iran Air assinou um contrato de compra de 114 aviões da Airbus. No entanto, quando o plano foi avaliado na semana passada em mais de 18 mil milhões de dólares (17,22 mil milhões de euros), o estado iraniano, detentor da companhia aérea, recuou na compra dos 12 aviões A380 que faziam parte da lista. A Iran Air argumenta que a restante frota adquirida à empresa será suficiente.