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Como a Airbus quer manter o A380 a voar
O fabricante europeu está disposto a fazer transformações no seu superjumbo para aumentar a capacidade de transporte e melhorar a eficiência energética e a rentabilidade das companhias. O objectivo é fazer descolar o programa de encomendas, que tem vindo a reduzir-se nos últimos anos.
O fabricante europeu de aeronaves Airbus está a ponderar alterações no seu superjumbo – o A380, lançado em 2005 e actualmente com mais de 200 exemplares produzidos – para torná-lo mais apetecível para as companhias aéreas, a braços com necessidade de redução de custos.
Para acenar com a melhoria da rentabilidade, a empresa sediada em Toulouse quer aumentar a capacidade de transporte de passageiros - até 50 lugares, para mais de 600 posições disponíveis - e acrescentar dispositivos de redução de consumo de combustível às asas do aparelho.
As alterações, noticiadas esta semana pela Reuters, pretendem reanimar o apetite das companhias pelo mega-avião, que se tem visto preterido em relação a aparelhos de menor dimensão e com dois motores - ao contrário dos quatro que equipam os A380 e que tornam mais caro o funcionamento e a manutenção.
O anunciado aumento de capacidade poderá obrigar a reduzir as dimensões da escada de ligação entre os dois pisos do avião, uma das imagens icónicas do aparelho. Já as mudanças nas asas deverão reduzir o consumo de combustível em cerca de 2% e ser aplicadas – tal como o aumento de capacidade – a aviões já existentes.
Manter o gigante a voar é a tarefa que se põe depois de, em meados do ano passado, a redução da procura por parte de clientes e as dificuldades de escoamento terem levado a Airbus a reduzir de 20 para 14 os aviões em a produzir em 2017 e estreitando para 12 os aparelhos a construir por ano, em média, a partir de 2018. Um ano antes, a meta apontava para a produção de 27 aviões por ano.
Até Fevereiro, a lista de encomendas acumulada contava com 109 intenções de compra, numa altura em que as companhias favorecem a aquisição de aviões mais pequenos do mesmo fabricante, como o A350 ou o A320. Este ano a empresa prevê entregar, no total, mais de 700 aviões comerciais às companhias clientes.
Ainda não há decisões tomadas em relação às transformações propostas para o modelo superjumbo. Mas além da abordagem às companhias, a empresa faz o caminho paralelo de reforçar a ligação com operadores e com o consumidor final. E esta semana lançou o primeiro serviço de marcação de viagens online dedicado a viagens nos A380.
Designado iflya380.com, permite a cada utilizador escolher e melhorar a sua experiência de voo a bordo do aparelho, permitindo consultar todos os voos e os 55 destinos actualmente servidos pelo avião, escolhendo entre preços e itinerários.
Desde a entrada ao serviço, em 2007, os A380 já transportaram cerca de 170 milhões de passageiros.