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Turbulência volta à Air France em terra e no ar
A transportadora aérea francesa enfrenta duas greves nos próximos dias, sendo as progressões salariais e a filial "low cost" os dossiês quentes na mesa da administração liderada por Jean Marc Janaillac.
A convocação de duas greves por parte de diferentes categorias de trabalhadores ameaça trazer de volta a nuvem dos conflitos sociais ao horizonte da Air France. Esta terça-feira, 7 de Março, haverá uma paralisação em terra; entre os dias 18 e 20 deste mês será a vez dos assistentes de voos interromperem o trabalho em protesto.
Apesar destes "dois movimentos não terem absolutamente nada a ver" entre eles, o jornal francês Le Monde relata que, desta vez, o director-geral da Air France-KLM, Jean Marc Janaillac, nada poderá fazer para evitar estes conflitos, mesmo reconhecendo a qualidade do diálogo social neste gestor.
Em terra, os trabalhadores reclamam um aumento salarial de 5%, num mínimo de 127 euros. Esta foi a percentagem média de subida das remunerações para os 14 membros do comité executivo da Air France durante o ano de 2016. Fontes ligadas à administração admitem que "as reivindicações são compreensíveis". Até porque seria o sexto ano consecutivo sem aumento geral dos salários.
Enquanto a Confederação Geral do Trabalho (CGT) fala em "ruídos de corredor" para que a direcção faça uma oferta de progressão salarial, no caso do movimento intersindical do pessoal dos voos comerciais, a preocupação é o projecto de uma filial de baixo custo que a administração está a ultimar, prevendo 10 aviões de longo curso e 18 para rotas mais curtas. É que para ser rentável, alertam os sindicatos, a Boost teria de pagar bem menos do que na Air France – que há oito anos não contrata hospedeiros – e iria "canibalizar" a companhia de bandeira.