Desde que a 5 de Maio os activos operacionais da PT foram integrados na Oi (ou seja, a integração da PT Portugal), a PT SGPS só ficou, no seu balanço, com uma participação directa e indirecta de 39% da Oi e, como tal, o único registo contabilístico é o valor de mercado das acções detidas da operadora brasileira.

É por isso que os lucros da PT SGPS até Setembro foram de 61,7 milhões de euros, uma erosão face aos resultados que tinha conseguido até Junho, devido à desvalorização das acções da Oi. Segundo a empresa, só a redução no valor de mercado do investimento na Oi, desde 5 de Maio, resultou numa perda de 338 milhões de euros.

Uma erosão face aos lucros de 345,2 milhões registados no semestre, mas que incluíam um resultado financeiro pelo facto de ter transferido para a Oi a PT Portugal, que estava no balanço com um valor historicamente baixo porque foi uma empresa criada de raiz. Na transferência para a Oi é como se se tivesse vendido a empresa e a valorização teve de ser registada no semestre, o que já não aconteceu neste terceiro trimestre. Tal como o Negócios explicou quando foram divulgados os resultados referentes a Junho, este era um lucro não repetível.

Os dados não são, por isso, exactamente comparáveis. 

A PT SGPS, presidida por João Mello Franco, ainda considera as acções da Oi como activos para distribuir pelos accionistas. É isso que surge no balanço e que tem um valor de 1.900 milhões de euros. 

A PT SGPS é a empresa cotada que não tem operações comerciais. Essas estão actualmente na PT Portugal, detida pela Oi.